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Amarina Ferreira

1935 - 2020

Sentia prazer em ver como as pessoas gostavam da sua comida.

Uma mulher carioca muito ativa, que gostava de andar na rua e de conversar com as pessoas. Viúva, teve dez filhos, 30 netos e 21 bisnetos.

Gostava de um bom churrasco e festas em família. Fazia questão de ter a casa cheia tanto que, além dos filhos, enchia a casa com os amigos dos filhos, os sobrinhos e os vizinhos. Acolhia todas as pessoas à sua volta. Sempre prestativa.

Adorava fazer bolos de festa de aniversário. "Era famosa por isso! Tinha um dom incrível! Todos conheciam os bolos da Dona Marina, como era conhecida", conforme relata sua filha Gilmara Lúcia.

Costurava muito bem e cozinhava melhor ainda. Fazia os melhores bolinhos de chuva e a melhor carne assada.

Gostava de ir às compras e de dar presentes. Também adorava receber bonecas de presente. Amava artesanato. Sempre procurava cursos para aprender mais.

"Nunca teve medo de morrer, porém, sempre dizia que queria viver bastante. Mas foi tudo muito rápido e devastador. Muito triste. Não pudemos nos despedir e nem dar um último abraço", lamenta a filha.

"Não teremos mais os almoços de domingo e seus bolinhos de chuva, aqueles de banana... O sentimento que fica é de gratidão por tudo que fez à família. Pelo amor aos netos. O que mais nos conforta é saber que viveu do jeito que sempre quis, e que agora descansa ao lado de Deus. Mãe, te amaremos pra sempre!"

Amarina nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Amarina, Gilmara Lucia Ferreira de Melo. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Marilza Ribeiro, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de setembro de 2020.