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Ana Cristina Reis

1982 - 2020

Como uma verdadeira comediante nata, vivia sorrindo e fazendo os outros sorrirem com seu jeito espirituoso.

Ela era a filha de Elisabeth e mãe de Luísa. Como filha, era carinhosa e sempre preocupada com o bem-estar da mãe; como mãe, era apaixonada pela filha e buscava sempre, em suas horas vagas, levá-la para brincar em parquinhos e em piscinas de bolinhas para ficar ao lado da pequena.

Foi casada durante alguns anos e quando se separou foi morar com a mãe levando consigo a filhinha de apenas 9 anos. Ela adorava reunir-se com toda a família para churrascos, regados a um bom samba, e o fazia sempre que possível. Seus cantores favoritos eram Péricles e Jorge Aragão.

Dona de um sorriso fácil, lindo e contagiante e de uma alma alegre, não se deixava abater pelos problemas. Muito inteligente e brincalhona, trabalhou durante vinte e quatro anos como secretária de um cardiologista. Muito simpática, era difícil vê-la com o semblante sério ou bravo, e vivia sorrindo constantemente com os olhos.

Era extremamente crítica com determinadas coisas e quando algo a incomodava era direta, falava o que pensava. Porém, com seu jeito espirituoso, acabava transformando as discordâncias em comédia. Ela fazia todos rirem! Com certeza, se daria muito bem como humorista de comédia "stand-up", tamanha a desenvoltura que demonstrava ao contar alguns fatos.

Sua amiga Ariete tem muitas recordações de coisas boas que viveu com Ana Cristina: “Morávamos próximas, éramos praticamente vizinhas, e muitas vezes voltávamos do trabalho juntas, no mesmo lotação. Após a sua separação, acabou se mudando para outro local, mas sempre nos encontrávamos para conversar quando ela visitava a mãe. Quando conheci um namorado no lotação, ela praticamente foi o nosso cupido! Acabou não dando certo, mas sempre guardo na memória o empenho que ela teve em nos juntar".

Ela conclui, dizendo: "Com ela aprendi que não temos tempo para sofrer por coisas bobas, que só nos causam desgaste e rugas. A vida é repleta de infinitas possibilidades e que o importante é rir, cantar e estar com as pessoas que nos trazem leveza! Lembro de suas brincadeiras, de sua simpatia"!

“Tenho certeza de que agora ela está iluminando o céu com as demais estrelas! Descanse em paz, Ana!”

Ana nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Ana, Ariete Antonia da Silva. Este tributo foi apurado por Lari Reis e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 25 de fevereiro de 2023.