1930 - 2020
Ria até sentir dores na barriga. Amava banhos de mar e sonhava em comprar uma casa na praia.
Mãe como poucas, enfrentou todo tipo de adversidade sempre com uma dignidade e senso de ética e moral inigualáveis. Foi luz para os filhos e força diante da vida.
Ana era feliz e vaidosa. Uma pessoa que ria muito. Também amava viajar, sobretudo para visitar as irmãs no interior de São Paulo.
Gostava muito de reunir a família para o Natal, Ano-Novo, Páscoa, aniversários ou mesmo para um café da manhã aos domingos. Um dos rituais maravilhosos que cultivou por toda a vida foi a reunião dos seus para fazerem pamonhas.
Ana gostava de comidas simples, mas bem quentinhas. Como uma boa mineira que era, gostava da café e pão de queijo e fazia uma bacalhoada com maestria.
Era daquelas que não paravam jamais e, no auge de seus 90 anos, ainda limpava a casa, cozinhava e não deixava que ninguém fizesse nada para ela. Dizia que não podia parar. Ana ficou viúva cedo e nunca deixou "a peteca cair", como conta a filha Maria de Fátima. Trabalhou por muitos anos como empregada doméstica e tinha verdadeira adoração pelos patrões.
Por conta de sua força que vinha da fé e confiança em Deus, jamais reclamou das dificuldades enfrentadas.
"Amor da minha vida. Que saudade mãezinha!", despede-se a filha.
Ana nasceu em Pouso Alegre (MG) e faleceu em São Paulo (SP), aos 90 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Ana, Maria de Fátima Turato Santos. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 6 de março de 2021.