1951 - 2020
Adorava karaokês e cantava com a mesma maestria com que cozinhava.
Ana Maria era a alegria em pessoa. As dificuldades nunca a fizeram desistir das batalhas da vida.
Viveu um casamento marcado por dificuldades, mas costumava dizer que tudo havia valido a pena por ter os filhos, seus três tesouros. Falava deles com orgulho, toda feliz por vê-los bem!
Passou no concurso de merendeira, separou-se e foi ser livre para ganhar o seu espaço.
Criou os filhos como uma leoa, defendendo-os de tudo que não fazia bem. Seu otimismo era sua motivação.
Aos 47, descobriu um câncer de mama e passou por um longo tratamento. Mas, como já dito, Ana Maria não era de se deixar abater. Venceu a doença e quando recebeu alta do hospital, seu netinho estava fazendo um ano de vida. Ana, de muita fé, pediu a Deus que pudesse vê-lo se alistar no exército. Ele lhe permitiu viver por mais 21 anos após o câncer.
Amava cozinhar e sua paixão pela cozinha lhe motivava muito. Tinha mãozinhas de fada que faziam uma comida incrível. Muito simpática, costumava presentear os amigos da rua em que morava, com panelas recheadas de suas comidas prediletas.
Para Ana, a vida era pura poesia, uma história pela qual valia a pena lutar. Viveu fazendo tudo o que tinha vontade. Falava tudo o que pensava. Era pelo momento, pela alegria de ser ela mesma.
Depois de oito anos com um novo companheiro de vida, casou-se em 2018, com um maravilhoso vestido vermelho que fez sucesso na linda festa com todos os amigos e familiares. Amava ver a família assim: reunida em festa.
Sua maior alegria era estar perto dos queridos filhos. Costumava dizer que se sentia realizada por Deus ter lhe dado filhos maravilhosos.
Não deixou de batalhar nem mesmo em seus últimos instantes. No dia 02/05, ainda cheia de sonhos, partiu para junto de Deus, "o amigo" que não deixava suas lágrimas caírem no chão.
A saudade que deixa chega a doer, mas Ana Maria nunca será esquecida pela mulher batalhadora, forte que foi. Descanse em paz, dona Ana!
Ana nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ana. Este tributo foi apurado por Ricardo Pinheiro, editado por Mariana Coelho, revisado por Rosana Forner e moderado por Rayane Urani em 4 de junho de 2020.