1941 - 2020
Nos fins de semana, aguardava as visitas com o café, o pão e o bolo.
Dona Ana, por toda a vida, foi uma mulher guerreira e batalhadora. Era mãe, esposa, filha, avó e bisavó, e representava a maior fonte de força de toda a família.
Cheia de vida e de fé, Dona Ana não se abalava tão facilmente. “Era uma senhora de cabecinha branca, pequenina em estatura, que se agigantava quando precisava defender os seus”, conta sua neta, Helen, orgulhosa da avó que teve.
Carregava, além da resiliência e da coragem, valores como cumplicidade, lealdade e humildade. Por isso, não era preciso que fizesse muito esforço para crescer diante dos contratempos. Afinal, Ana era fiel às suas virtudes, e por si só esse fato era suficiente para torná-la gigante.
Conhecida por ser acolhedora e de grandes dotes culinários, Dona Ana conseguia ser uma excelente anfitriã. Principalmente aos sábados e aos domingos, quando se atentava para preparar alguma coisa para receber as visitas; fosse um pão, fosse um bolo, fosse qualquer outra iguaria que fazia com carinho, era certo que o café estava sempre pronto para ser passado.
Tinha grandes sonhos e planos, e acabou deixando alguns pelo caminho; deixou, também, um legado imensurável para a família e para os amigos, que perpassará gerações. Dona Ana será, portanto, lembrada como uma pessoa dotada de vida, de fé e de bondade.
Ana nasceu na Bahia e faleceu em São Paulo (SP), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Ana, Helen Cristine de Matos. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Diego Eymard, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 7 de outubro de 2020.