Anália Figueiredo Maia Mendes

1928 - 2020

Fazia o melhor doce de leite do mundo, sabia desenhar, pintava e bordava. Adorava sapatos com salto.

Anália foi casada com Sebastião Mendes por sessenta e oito anos. Nem mesmo o longo período da união desgastou o amor e o companheirismo dos dois. “Andavam sempre de mãos dadas e trocavam carinhos”, lembra a filha Maria Goretti. A relação gerou frutos: cinco filhos, 16 netos e 11 bisnetos.

No auge dos seus 92 anos, Anália era considerada pela filha “uma senhora, cheia de vida e lúcida”, capaz de viver tranquilamente por mais tempo. “Poderíamos, com certeza, ainda desfrutar de sua companhia por vários anos”, afirma Maria Goretti.

Foi professora e alfabetizou várias pessoas que trabalharam em sua casa. Além de lecionar, possuía um dom para o desenho e a pintura. Com a idade mais avançada, passou a dedicar-se ao bordado e executou essa habilidade em toalhas de mesa para os filhos e para uma neta.

De acordo com Maria, sua mãe “fazia o doce de leite mais gostoso do mundo”. No seu próprio aniversário de 90 anos, Anália providenciou “150 potinhos de doce para distribuir aos parentes e aos amigos.”

Sempre atenciosa, recebia com alegria todos que chegavam à sua casa. O lugar cheirava a flores, lá nunca faltava cajuína gelada, bebida típica do nordeste brasileiro, ou doce de leite para servir. “Na saída, sempre colhia uma flor no jardim para ofertar a cada despedida”, conta a filha.

Usava cremes e maquiagem, também gostava de sapatos de salto. Com o passar do tempo, não deixou a vaidade de lado, optou por “saltinhos mais modestos.”

Segundo Maria Goretti, Anália era muito detalhista e tinha a sinceridade de uma criança. “Não deixava de comentar sobre quem estava mais magro, mais gordo, mais velho e mais moço.”

Anália deixa muitas saudades e boas recordações.