INUMERÁVEIS

Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.

Teresina (PI)

Adalgisa Ferreira de Abreu Rodrigues, 85 anos

Para estimular a leitura dos filhos, estipulava a mesada conforme a apresentação oral de algum dos livros da biblioteca.

Alcides Pinheiro de Araújo Neto, 64 anos

As histórias eram sua forma de cuidar.

Ana Arimatea, 65 anos

Ela amou a vida.

Ana Zélia Silva Araújo, 58 anos

Habilidosa, transformava materiais recicláveis em lindos presentes para os alunos, professores e funcionários.

Anália Figueiredo Maia Mendes, 92 anos

Fazia o melhor doce de leite do mundo, sabia desenhar, pintava e bordava. Adorava sapatos com salto.

Analice Gomes da Silva, 48 anos

Tinha mania de mexer nos cabelos até cochilar no sofá.

Antônio Francisco Braga, 43 anos

Ensinou muito mais que cálculos, transmitiu amor.

Antônio José de Sousa, 67 anos

Memorizava endereços com maestria e criava passeios só para estar na presença dos seus afetos.

Antonio Marcos de Oliveira Sousa, 47 anos

Ele sempre dizia “eu sou um sonhador!” quando se referia ao amor, à educação e à ação.

Antônio Neves Marques, 64 anos

Sempre de bom humor, tinha uma risada do tipo Dick Vigarista.

Antonio Pereira de Brito, 85 anos

Um sanfoneiro arretado que amava dirigir e... tirar um cochilo durante o sermão das missas de domingo.

Antonio Ribeiro Neto, 72 anos

Desbravador do mundo e da vida, amou e foi amado intensamente.

Arimatea Alves de Oliveira, 66 anos

Amava a vida, a família e o carnaval. Seu passatempo favorito era fazer reparos em casa.

Bernardo Cardoso Júnior, 70 anos

Um homem que amava a vida e o que ela proporcionava: música, festa, forró, família e amigos.

Derisvaldo Pereira de Abreu, 47 anos

Sempre acreditou nas coisas, mantinha os planos para o futuro com foco no construir e no avançar.

Domingos Pereira da Silva, 89 anos

Para falar de Domingos, que sempre lembrem de Joana e da família que construíram em 72 anos juntos.

Elias Barrozo da Silva, 66 anos

Adorava viver e se divertir. Tinha um sorriso maior que si.

Elis Jade do Nascimento, 28 anos

Seus belíssimos cabelos longos e sorriso anunciavam a chegada de uma doce menina, que não via maldade em ninguém.

Enos Soares da Silva Junior, 49 anos

De manhã, enquanto se aprontava para ir trabalhar, toda a casa acordava com o aroma do seu perfume.

Flávio Bona Andrade, 63 anos

Como fundador do Instituto Mouco, saiu de moto pela cidade perguntando a cada pessoa sua intenção de voto.

Francisca Feitosa Lira Rodrigues, 63 anos

Sentia-se muito bem ao fazer compras. Era aquela pessoa com poder de cativar com carisma, alegria e fé.

Francisca Félix de Oliveira, 74 anos

Uma vida de rara intensidade e ousadia.

Francisca Maria dos Santos, 73 anos

Uma mulher de luz e muita garra, que não desistiu de ser feliz.

Francisco Meireles Pinto, 72 anos

Não chamava ninguém pelo nome, inventava sempre um apelido engraçado para cada um.

Homero de Almeida Reis, 63 anos

Se recusava a achar que alguma coisa pudesse dar errado, tamanha era a sua esperança na vida e nas pessoas.

Izeth Pereira Silva, 73 anos

Adorava fazer umas comprinhas e manter as unhas e os cabelos sempre impecáveis!

Jadiel Reis e Silva Filho, 46 anos

Era padrinho de tudo quanto é sobrinho e primo. Passou a vida tentando ajeitar o mundo.

James Carlos de Oliveira Rocha, 52 anos

Com seu bom-humor e jeito extrovertido, era especialista em inventar apelidos.

Joana de Sousa Reis, 88 anos

Para falar de Joana, que sempre lembrem de Domingos e da família que construíram em 72 anos juntos.

Joaquim Ferreira Neto, 70 anos

Um homem feliz na discrição de sua grandeza.

José Ribamar Mesquita Pessoa, 74 anos

Com o joelho marcado de tanto orar, trilhou o caminho da fé, confiando no poder da oração.

Joselita Barbosa Morais, 70 anos

Buscava desfrutar das alegrias do caminho e deixa eternizada a sua determinação.

Lindomar Lucena Lima, 83 anos

Apaixonado pelos filhos e netos.

Luís Pereira da Silva, 78 anos

Ao som da zabumba, do tilintar do triângulo e no resfolego da sanfona, viveu e aproveitou a vida.

Luiz Ribeiro Gonçalves Filho, 59 anos

Falava alto e de tudo fazia uma piada: nova, velha ou inventada.

Manoel de Jesus Santos, 69 anos

Gostava de plantar feijão, melancia e abóbora no quintal. Admirar suas plantações era um dos seus maiores prazeres.

Manoel Ferreira da Silva, 63 anos

Estar com a família, contar histórias e ouvir Amado Batista. Essas eram suas paixões.

Manuel de Vera Cruz Lima, 73 anos

Aquele que praticou e ensinou a praticar o bem.

Márcio Ricelle Araújo Carvalho, 46 anos

Para ele o melhor lugar do mundo era onde estivessem aqueles que amava; sua casa era o seu reino de paz.

Márcio Tadeu de Oliveira Silva, 51 anos

Especialista em fazer graça, sua alegria transbordava.

Marcos Ferreira Lima, 72 anos

O sonho de torna-se advogado no banco em que trabalhava o levou a viver com a família em diferentes casas e cidades.

Maria Alves Matos, 90 anos

Uma mulher muito vaidosa, alegre e carinhosa, estava sempre disposta a ajudar.

Maria Cristina dos Santos, 47 anos

Trocava o nome das pessoas e inventava novas letras de música.

Maria das Graças da Silva Rocha, 54 anos

Católica, devota de São Francisco e fã de Amado Batista; para ela, a vida era como uma luz.

Maria de Fátima Santana de Oliveira Melo, 66 anos

Ao final das festas de família todo mundo já sabia: Fátima tinha de levar "uma quentinha" de quitutes para casa.

Maria de Jesus Veloso Silva, 73 anos

Aos domingos, queria a casa lotada para servir a melhor galinha caipira e o feijão sem igual que preparava.

Maria do Socorro Silva das Neves, 79 anos

Mulher que, com luta fé e amor, tirou do barro o sustento, a educação dos filhos e a realização de seus sonhos.

Maria Ferreira de Araújo Rodrigues, 88 anos

Gostava de sentar-se em sua cadeira e contar como lutou para criar seus dez filhos sozinha.

Maria Nilza Silveira, 91 anos

Mãos caprichosas, tecia cores e encantos.

Odete da Costa Siqueira, 77 anos

Ela sempre dava um abraço apertado na neta, toda vez que a via no corredor que dava pra cozinha.

Paulo Eduardo Lopes de Melo, 32 anos

Acreditava que quando realmente se quer algo é preciso ir à luta.

Pedro de Deus Silva, 70 anos

Ficou conhecido na família como "Abençoado", porque essa é palavra que mais saía de sua boca.

Raimunda Moraes do Nascimento Soares, 69 anos

Fazia questão de ir ao mercado em sua bicicleta cor-de-rosa. Parava inúmeras vezes para conversar com os amigos.

Robert da Luz Barradas, 62 anos

Com ele, tudo estava no aumentativo: a alegria, o amor e até o apelido, Barradão.

Roberto Jairo Moura Palha da Silva, 54 anos

Professor por amor, cozinheiro por hobby. Gostava de pular carnaval em Mosqueiro e de cuidar da família.

Roza Menezes do Amaral, 92 anos

Gostava de servir café com beiju para acolher todos que chegavam em sua casa.

Teresa da Conceição Araújo, 81 anos

Era maravilhosa, pessoa angelical que não cansava de esbanjar amor.

Ubirajara Ribeiro Soares, 72 anos

Seu amor era tão grande que chegava primeiro que ele. No que quer que fizesse. Onde quer que fosse.

não há quem goste de ser número
gente merece existir em prosa