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Andreia Carolina Dominiguiti dos Santos

1984 - 2021

Com seu coração tamanho família, ela criava com muito afeto a filha e dedicava amor incomensurável à mãe.

Andreia era, acima de tudo, uma mulher forte que, mesmo passando por muita coisa na vida, sempre se manteve com a esperança de que as coisas dariam certo. Alegre, sorridente e brincalhona, conquistava a todos com o seu jeito radiante onde quer que estivesse.

Sozinha desde sua separação e muito trabalhadora, se esforçava ao máximo para o sustento próprio e o da filha, Duda. No ambiente de trabalho, são inúmeros os adjetivos que a qualificavam: profissional, querida, alegre, respeitada, doce e colaborativa. A presença de Andreia era tão marcante que, em pouco tempo, todos já sabiam quem era a “menina do RH”.

Extremamente apegada à família, nos momentos livres, certamente você a encontraria realizando alguma atividade ao lado dos seus parentes. "Volta e meia, sinto saudade das idas até a sua casa quando ela chegava do trabalho e me pego pensando nos inúmeros conselhos e broncas que ela me dava. Independentemente das circunstâncias, nos mantínhamos unidas na alegria e na tristeza. Compartilhamos inúmeras conquistas e alegrias, assim como enxugamos muito as lágrimas uma da outra”, conta Suelen.

A prima ainda complementa: “O sangue nos tornou primas, mas nosso amor nos tornou irmãs. Tínhamos e temos uma ligação mágica que nem a morte conseguiu abalar. Lembrarei eternamente do seu sorriso, do seu semblante de felicidade, me contando sobre os diversos planos que almejava”.

Andreia e sua mãe, Maria, partiram com uma diferença de apenas dez dias, depois de terem lutado bravamente por suas vidas. Nas palavras de Suelen, mãe e filha não souberam uma do falecimento da outra, mas parece que até Deus compreendeu como seria impossível uma viver sem a outra: “Minha tia não soube a dor de perder a filha e a Andreia não soube a dor de perder a mãe. Tia Maria estava se recuperando bem, mas creio que como mãe, sentiu o que havia acontecido. O amor delas era tão grande uma pela outra que Deus não quis separá-las”.

Continua ela: “Hoje, elas brilham lá no céu, são as estrelinhas do meu céu, são os anjos que iluminam nossos caminhos. Seguimos aqui amando elas com toda intensidade e força, o céu é nossa ligação e a oração nossa comunicação. É assim que converso com elas através de orações e tenho a certeza que elas me escutam. São tão amadas que, onde estiverem, elas sentem todo esse sentimento”.

“Andreia e Maria, amamos muito vocês, nesta vida e nas outras que virão. Pra sempre estaremos juntas. Não existe distância para almas com a nossa conexão”, Suelen conclui.

Andreia nasceu em São Bernardo do Campo (SP) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 36 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela prima de Andreia, Suelen Dominiguiti. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Larissa Reis em 8 de outubro de 2023.