Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Era o irmão mais velho que orientava, o pai que pegava no pé e o avô que se desmanchava pelo neto.
Não havia um único fim de semana em que sua nora amada não fosse recebida com seu chocolate favorito; ele fazia questão.
Efervescente, espalhava sorrisos e música aonde quer que fosse.
Na profissão, era enfermeira. Na vida, mãe de todos.
Com seu coração tamanho família, ela criava com muito afeto a filha e dedicava amor incomensurável à mãe.
Nasceu para transformar seu mundo em arte, cuidava de cada detalhe das festividades.
Pastor e sindicalista, lutava pelos homens enquanto seguia os ensinamentos de Deus.
O sotaque e a nacionalidade podiam até ser italianos, mas o coração era brasileiro, não havia como negar.
Amava ficar com os amigos, beber sua gelada ou a sua quente. Ele era pura alegria!
Uma pessoa especial que conservou a vida toda o sorriso doce de criança.
Alegrava com suas piadas, com as batidas em seu pandeiro e com seu sambinha gostoso.
Era quase uma popstar na feira que frequentava todos os sábados com o filho.
Contador de piadas com um sorriso fofo de vô.
A felicidade dele era ver família e amigos sempre juntos. Festeiro, alegre, cumprimentava mesmo os estranhos com um beijo e um “eu te amo”.
Tinha sempre as palavras de incentivo perfeitas e que vinham a calhar, em qualquer situação.
Um escritor de cartas e memórias, fazia questão de deixar registradas as experiências da vida.
Tinha um assobio só dele, como se fosse um código, um registro.
O autista que adorava um pagode.
Recebia com sorriso quem fosse à UPA em busca de cura. Com sua espontaneidade e simpatia fez muitos amigos.
Pessoa aguerrida, amava receber os amigos para um café.
Um vestido rodado e um sapato vermelho. Assim ela ia, toda linda, ao forró.
Falava com saudade do seu tempo de meninice, de quando brincava nas águas e matas do lugar onde nasceu.
O café da manhã era o ponto alto do seu dia, aquele momento de papear e fazer planos com as filhas e netos.
Para esse Papai Noel das crianças carentes que ajudava moradores de rua, o que era dele era dos outros.
Sonhou e ensinou a sonhar, a acreditar e a manter a fé em Deus.
Gostava de tomar sol na frente de casa ouvindo seu radinho de pilha.
Um pescador de sorrisos que amava rock das antigas.
Guardava a data de aniversário de todos os familiares e sempre os presenteava neste dias especiais.
Sempre disposta a ajudar, tinha mãos de fada e era uma grande empreiteira em sua casa.
Uma mulher marcante.
Contava e recontava aos netos como conheceu o amor que fez seu coração palpitar na primeira troca de olhares.
Dedicou sua vida a ajudar o próximo com bom humor, otimismo e um sorriso no rosto.
Costumava parar, cumprimentar as pessoas sem pressa e dar carona aos amigos; valorizava o momento e não as coisas.
"Tá no sangue!”, era assim que reafirmava ser paraibano.
Fez de sua missão cuidar dos amigos de quatro patas e espalhar bondade por onde passou.
"Não tem vida melhor do que essa"; esse era seu lema, a filosofia que inspirou seu jeito de ser.
Um avô devotado e ciumento que amava mimar os netos com atenção e presentes caprichados.
Curtia o som de um bom forró raiz e ficava bravo caso os familiares trocassem sua música pelas modas modernas.
Amoroso, atencioso, alegre e brincalhão, ele nunca mediu esforços para cuidar e apoiar os filhos.
Bom pai, bom marido e bom palmeirense: para Juann não havia amor em meia medida.
A felicidade estava na sua casa, em volta da mesa, com a família, sua comida e amor.
Era frequentadora assídua de bailes e bingos, chegando a ser eleita Miss Terceira Idade.
Flexível para adaptar-se ao novo, mas firme para sustentar valores por toda uma vida: uma mulher de fibra.
Encontrou na Psicologia o caminho para praticar a solidariedade que tinha no coração.
Chamem-no de Zé do Churrasco e nunca esqueçam dos seus pães de alho queimados.
Dona de mãos mágicas, poderia ser considerada uma artista de tão perfeitos que eram seus trabalhos.
A cara séria era disfarce do coração generoso de quem só veio para plantar o bem e para amar os netos infinitamente.
Foi um exemplo de pai e avô: jamais economizou gestos de cuidado, amor e atenção.
Altivo, cultivou amigos com a mesma dedicação que foi pai, marido e zootecnista.
Colecionador de amigos, achava bom estar ficando velho.
Um homem divertido, que apreciava uma boa comida e que, quando emocionado, chorava com facilidade.
Adorava esportes e tinha um imenso prazer em cozinhar e comer bem.
Na cumplicidade com a esposa, uma vida dedicada à paixão pela farmácia.
Independente do problema ele sorria e seguia em frente.
Era a pessoa que mais acreditava no outro e fazia com que toda família se sentisse especial e única.
Sempre levou a boa fé aos que necessitava, uma pessoa do povo.
Gostava de comer bem e de reunir toda a família ao redor da mesa.
Entrou na faculdade de nutrição inspirada por profissionais da UPA em que era copeira.
Sinônimo de mulher que nunca fugiu da luta.
Nas férias, perdia-se Brasil afora para se conectar consigo mesma.
Perdia-se nas horas, lendo livros antigos, assistindo filmes dramáticos ou fazendo peças de crochê.
Tinha o hábito de ligar todos os dias para toda a família pra colocar o papo em dia.
Nas festas em família, quando não estava dançando, estava jogando sinuca.
Ela se adaptava a qualquer lugar, como quem tem a paz e a convicção de que nada é melhor do que o aqui e o agora.
Lia gibis da Turma da Mônica e recontava as estórias aos netos, para incentivá-los a explorar a própria imaginação.
Ajudar era seu dom, ia à luta e ainda mobilizava várias pessoas para conseguir mais doações.
"Fica mais um pouco, tá cedo ainda", dizia.
Tinha a força no nome, o amor na família e a fé em Deus.
Entre seus escritos, deixou a missão: "cultivar o amor à minha volta, espalhando alegria onde quer que esteja".
Teve sua primeira festa surpresa aos 60 anos. Santista roxo. Adorava ganhar sapatênis.
Foi o segundo pai para muitos. Sabia contar piadas e dar conselhos. Corintiano roxo, foi também o maior companheiro da família.
Dois metros de altura e um coração ainda maior. A felicidade dos filhos era a sua própria.
Fez da sua jornada uma profissão de fé, baseada no amor e na caridade.
Doou um rim para salvar sua irmã. Foi um homem generoso e muito dedicado à sua família.
Gerente responsável e trabalhador, acreditava que só a justiça e a honestidade podem trazer felicidade.
Era um devorador de livros. Muito culto e inteligente, versava sobre qualquer assunto com qualquer pessoa.
Vaidoso, tinha o capricho de manter o cabelo sempre pintado, bem como suas sobrancelhas.
Cumprimentava com um beijo no rosto e chamava a todos carinhosamente de "filhão, filha, meu gato ou minha gata".
Falava alto e ria. Ria muito! Ria sempre!
Era de uma teimosia que se desfazia com um sorriso fácil, vindo do fundo do coração imenso e lindo que tinha.
Cozinheiro de mão-cheia, colocava uma pitada de amor em todos os pratos que preparava para a família.
Muito verdadeira, exercia sua sinceridade sempre que preciso.
Era a melhor cozinheira da família! Tanto que se tornou merendeira com mãos de fada.
Participava das missas semanalmente como ministra da Eucaristia e levava a comunhão aos enfermos com alegria.
Amava com os olhos e com o abraço gostoso que tinha.
Realizou seu sonho de menino: ter um Fusca! Nele compartilhou momentos especiais com o filho e a esposa.
Fazia tapetes com capricho, e gostava de presentear pessoas queridas com suas peças.