1971 - 2020
Ao ver a cor rosa em um vestido, blusa ou pequeno detalhe, seu sorriso logo crescia.
Deia, assim era chamada com carinho Andreia que viveu uma vida dedicada principalmente a cuidar e a amar seus três filhos: Beatrice Lizandra, Guilherme Matheus e Gabriel Vinícius.
Ainda pequena perdeu sua mãe, sendo criada pelos avós paternos. Aprendeu bem cedo a cuidar das plantas com a avó Argentina. Foi com mãos delicadas e cuidadosas que começou a exercitar o amor mexendo na terra onde brotaria vida. Apreciava a beleza das flores e se apaixonou pelas orquídeas. Seu tempo livre era todo usado com as plantas.
Trabalhar e cuidar dos filhos sozinha, após o divórcio, não era nada fácil. Mas nem por isso deixou de estar atenta às necessidades dos filhos procurando sempre manter o diálogo aberto.
“Ensinou-nos desde cedo as tarefas de casa, mostrando assim o quão importante era cada um fazer sua parte. Estes ensinamentos foram a melhor coisa que ela fez, pois graças a isso nós três aprendemos a nos virar sozinhos agora que ela não está mais aqui”, diz sua filha Beatrice Lizandra.
“Deia era alegre, altruísta, disposta e sempre prestativa”, conta a prima Patrícia. Arrumar-se para ir a igreja onde congregava, esse era um de seus maiores prazeres. Gostava de usar vestidos e blusas na cor rosa. Se um resquício de timidez ainda existia na mulher que se tornou, sua força interior era maior que tudo e a fazia a mais decidida das mulheres.
A fé de Andreia a levava a participar ativamente de grupos da Igreja Eterna Aliança. Sua alegria era tamanha em ir à igreja que precisava compartilhar com as outras pessoas. Então, antes de sair, pedia ao seu filho Gabriel que fizesse uma foto dela para poder publicar nas suas redes sociais. Uma forma de espalhar a felicidade que sentia quando ia à casa do Senhor.
“Com as tias Cida e Deny, Deia tinha um relacionamento muito forte. Elas foram também responsáveis por sua criação”, conta Patrícia. A família sempre foi seu esteio, seu suporte, seu abrigo.
Muitas histórias estão escritas na memória das pessoas queridas que a cercaram de carinho. Uma delas a prima Patrícia lembra vividamente porque marcou sua infância.
"Nosso avô, José Martins, retornou de viagem da Paraíba e nos trouxe presentes... ao abrir os presentes eram rapaduras. Sim! Rapaduras, e nós quatro começamos a chorar. Criança quer presente, boneca, essas coisas. Uma olhava para a outra e chorava. Nunca esqueço.”
Andreia no trabalho, como promotora de vendas do Café Três Corações, não era diferente no trato com os clientes. Sempre positiva e disposta a dar o seu melhor para o outro, costumava dizer que “às vezes um simples bom dia dado a alguém pode alegrar o dia da pessoa”, conta a filha Beatrice.
Quem amou Andreia e que dela guardará lembranças de tempos felizes, onde o amor importava mais que tudo e se expressava nas pequenas coisas e atos.
Andreia nasceu São Paulo (SP) e faleceu São Paulo (SP), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela prima de Andreia, Patrícia Cristina Lima e Silva. Este tributo foi apurado por Daniel Ventura Damaceno, editado por Míriam Ramalho, revisado por Walker de Barros Dantas Paniágua e moderado por Rayane Urani em 31 de agosto de 2021.