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Andréia Midori Ishida de Camargo

1977 - 2021

Nasceu para transformar seu mundo em arte, cuidava de cada detalhe das festividades.

Com seu coração e sorriso maiores que o mundo, Andréia levava a alegria por onde passava. Foi a segunda filha entre quatro irmãos, de pai japonês e mãe pernambucana.

Andréia casou-se e engravidou jovem, logo aos 18 anos foi mãe e criou seus três filhos - dois meninos e uma menina. Sabia amar como ninguém, reunia uma mistura linda de força e sensibilidade - era ao mesmo tempo chorona e sorridente.

Festeira que só, fosse quermesse, aniversário ou casamento, lá estava ela, com seu copo de cerveja na mão. Espalhava por aí seu riso fácil e a gargalhada que quem ouviu, nunca esqueceu.

Era muito trabalhadora, só não tinha afinidade com os serviços domésticos. Desde cedo começou a colaborar no comércio de seus pais. Formou-se em Magistério, atuou na educação e pode dedicar-se com grande paixão aos seus dons de artesã. Sempre estava envolvida na criação dos enfeites, lembrancinhas e fantasias que alegravam as festividades da cidade. “Ela tinha uma criatividade única. Nunca vi alguém que fizesse tudo maravilhosamente bem quanto ela”, declarou sua irmã.

Era generosa e gostava de presentear quem amava com as suas criações. "No início da pandemia no Brasil, dedicou suas mãos de artista para produzir máscaras de tecido. Passava dias e dias costurando.”

Andréia nasceu em Salesópolis (SP) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Andréia, Raquel Harumi Ishida. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Rebeca Anzelotti , revisado por Ana Helena Alves Franco e moderado por Rayane Urani em 27 de agosto de 2021.