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Antônio Airton Martins Cavalcante

1938 - 2020

Carismático e bonito, ele adorava narrar suas histórias de vida. Também era generoso e bom conselheiro.

Antônio Airton sempre foi apaixonado pela calmaria do campo, por animais e pela sua fazenda no interior do Ceará, região onde escolheu viver depois da aposentaria.

A paixão pelo lugar só não ganhava do amor pela família, com quem mantinha uma relação de extremo afeto e cuidado.

“Ele foi o melhor pai que Deus poderia ter me dado, o homem da minha vida”, diz a filha caçula Izaura, fruto da união com Aurizélia.

Casado e separado duas vezes, Airton, como era conhecido, teve Edilson e Francisco do primeiro casamento, com Heduvirgens.

De presença notável, o aposentado chamava atenção em qualquer lugar a que chegasse, pois, além de bonito e carismático, tratava todas as pessoas com igualdade e respeito.

Também era vaidoso e adorava contar piadas e suas histórias de vida.

“Ele falava muito do meu tio, João, que era muito bravo, e do medo que todos tinham dele na cidade natal dos dois”, relata a caçula.

Izaura descreve o pai como um homem compreensivo, cuja maior virtude foi ter vencido na vida. Profissionalmente, ele alcançou o cargo de diretor de uma grande rede varejista.

Foi dele que a filha recebeu os melhores conselhos, entre os quais sorrir, ainda que estivesse passando por algo ruim, e, invariavelmente, mostrar seu melhor lado a todos, já que, para Airton, o sorriso e a simpatia eram as características mais marcantes de uma pessoa.

A filha acredita que o diretor aposentado gostaria de ser lembrado como o pai herói, o homem íntegro e honesto, de bom coração e temente a Deus que ele foi.

Airton rezava o terço todos os dias.

Entre os hábitos cultivados em família estavam conversar e ver filmes com Izaura, sem se desgrudarem.

“O filme que ele mais gostava e sempre o emocionava era “Dois filhos de Francisco”, ela conta, que ouviu do pai, antes de partir: “Minha filha, eu te amo”.

Antônio nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Antônio, Izaura de Souza Bezerra Martins. Este texto foi apurado e escrito por Mariana Quartucci, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 11 de dezembro de 2020.