Sobre o Inumeráveis

Antônio Albino José de Mateus

1924 - 2021

Quando feliz, e para despertar a casa, se transformava em um passarinho assobiador.

Seu Antônio Albino era um "véio lindo" como a bisneta gosta de recordar, trabalhou na roça e depois se tornou artesão.

Aprendeu a demonstrar e receber amor com os netos. Dedicava toda atenção às histórias e fazia questão de participar da vida das pessoas queridas que o cercavam; assim, se tornou um homem muito amoroso!

Gostava de escutar músicas antigas, sendo que a canção "Te amar foi um erro" era uma de suas preferidas. Também amava fazer piadas com todos e de se sentir útil. Fazia contas como ninguém; e, mesmo sem ter estudado, era um homem muito inteligente! À tarde, ia para calçada e ficava contando os carros, era uma de suas manias. A outra era acordar todo mundo com seu assobio, que agora está fazendo muita falta.

Extremamente organizado e disciplinado, gostava de comer na mesa, e acordava e dormia sempre no mesmo horário. Quando contrariado, para ilustrar sua personalidade marcante, tinha uma frase marcante que hoje é repetida pelos familiares: "tudo bem, calado eu tô errado". um assobio que faz falta a família.

Era católico e tinha uma fé muito forte dentro dele, sonhava com a festa de aniversário de cem anos. Tinha uma relação muito bonita com a bisneta e, para toda a família, foi uma referência de figura masculina e de caráter íntegro.

O genro de Antônio Albino, também foi vitimado pela Covid-19. Para conhecer a sua história pesquise por Antônio Inácio dos Santos.

Antônio nasceu em Dores do Indaiá (MG) e faleceu em Uberlândia (MG), aos 96 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela bisneta de Antônio, Isadora Guimarães Valentim. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Daniela Almeida Lira, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 26 de julho de 2021.