Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Quando feliz, e para despertar a casa, se transformava em um passarinho assobiador.
Na casa de familiares ou amigos nada ficava quebrado, nenhuma torneira pingando, ele era o gentil "faz-tudo".
Tinha uma risada gostosa de se ouvir, sempre recebia os seus dizendo: "Deus te abençoe!"
Homem de poucas palavras, acalentava e dizia muito com o olhar.
Dona de um grande coração e de uma alma acolhedora, costumava dizer: "Tá bestando, uai".
Foram 107 anos de pescaria, de luz, de sorrisos e de fé em Deus! Mais de um século de uma vida abençoada.
Acreditava que todos os cidadãos merecem um atendimento médico de excelência; e fazia a sua parte.
Cozinheira de mão cheia! Deixa lembranças em sabores, conselhos, alegria e amores na vida dos que tocou.
Tinha o maior orgulho do brilho de suas panelas e do aroma de seus pães e roscas assando no forno.
Passeava feliz pela beira-rio com o neto, colhendo amoras, pitangas e mangas no caminho.
Um comunicador nato, que sempre pensou grande. Gostava de falar sobre política e contar como as coisas funcionam.
Uma mineira de fé, cheia de vida e com mãos de amor.
Sabia cozinhar muito bem e seu prato mais famoso era o arroz com batatinhas.
Um especialista no corpo humano, assistente na formação daqueles que salvam vidas.
Suas histórias de vida tornaram-se contos e prosas para quem o acompanhou e teve a sorte se ouvi-lo.
Dono de uma personalidade imperturbável, gostava de prazeres simples, como jogar damas na pracinha.
Fazia as pessoas acreditarem na capacidade de ir atrás dos próprios sonhos.
Conquistou o respeito e a gratidão eterna dos familiares pela forma como conduzia sua vida.
Em meio à gargalhadas e conselhos, vô Zé amou e foi amado intensamente.
Cuidou dos netos como se fossem filhos. Homem simples e amoroso que dedicou a vida à família.
Nas noites de inverno agasalhava as filhas e acalentava os seus corações.
Mané, o homem das mãos hábeis, parceiro de pesca, do café "margoso" e das palavras cruzadas.
Encantava a todos com seus ditos e jargões sempre adequados ao momento.
Aficionado por futebol, fez das brincadeiras de infância uma oportunidade de negócio quando homem adulto.
Adorava os dias de domingo e fazia uma galinhada mineira irresistível.
Amava seu quintal com roseiras e orquídeas. Mas o que mais gostava era da casa cheia, com a família reunida.
Respeitosa, caridosa, generosa, amante da família, filha até o fim, mãe para sempre.
Levava consigo a memória de uma infância acolhedora que a tornou calorosa por toda sua vida.
Forte, incansável, protetora, valorizou a vida até o último instante, vivendo-a energicamente.
Pastor sábio e marceneiro incrível, apelidava carinhosamente aqueles que amava.
Um homem de prazeres simples, tão simples como a roça onde ele nasceu e cresceu.
Força sempre, era o seu lema!
Com o lema “Segue o Jogo!”, viveu pela música e para a música, compondo, tocando, produzindo e escrevendo.
A graça e a gracinha em pessoa, esse herói sem capa ensinou a levar a vida de forma mais leve.
Era o amado vovô da Lis. Foi um ótimo vendedor de pequis, mesmo sem gostar do cheiro deles.
Sem desanimar, viveu intensamente com amor, fé e muita coragem.