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Antônio Carlos de Oliveira

1654 - 2021

Na casa de familiares ou amigos nada ficava quebrado, nenhuma torneira pingando, ele era o gentil "faz-tudo".

Antônio Carlos, era conhecido também como Tonhão. Pai de três filhos, Michelle, Sullivan e Giselle; avô do Sullivan Junior, Laura e Gabriela. Viveu um feliz e longo casamento de mais de quarenta anos com Elaine, com quem esteve até seus últimos dias. Ele era o irmão do meio, acima dele tinha um irmão e uma irmã e abaixo, também uma irmã e um irmão.

"Sou a Michelle, a filha mais velha do Antônio. Meu pai começou a trabalhar cedo, menino ainda, trabalhou em empresas, também foi empreendedor, teve seu próprio negócio, foi fazendeiro ― dono de uma pequena fazendinha ―, eletricista, construtor e tantas outras coisas; e por último estava aposentado, mas sempre buscando o que fazer".

Muito honesto, constituiu sua família na base do amor. Apesar de não ter cursado nível superior, sempre presou muito pela educação e pelos estudos. Assim, não media esforços para dar a melhor educação aos filhos. Antônio era um homem alto, forte, saudável, de voz grave e de um coração gigantesco e mole, chorava, por exemplo, ao assistir histórias de superação. Seu lema era sempre o amor entre a família; fazendo de tudo para mantê-la unida durante a vida inteira.

"Nos ensinou o maior valor da vida: o amor, nosso bem mais precioso: a família. Fazia questão das reuniões: almoços, jantares, barzinhos, familiares. Seus amigos, também eram sua família. Era extremamente apaixonado pelos netos", conta Michelle.

Suas maiores alegrias eram estar entre os seus, os amigos e viajar, sempre que tinha oportunidade viajava pelo Brasil, amava conhecer novos lugares e gostava muito de viajar para casa de parentes. Era louco por cerveja, torresmo, doces, música sertaneja e assistir televisão; além disso, gostava de esportes, principalmente assistir futebol. Um dos pratos preferidos era o bacalhau e amante de sorvete.

Era proativo, não deixava nada para depois; um homem pontual que gostava das coisas corretas e organizadas; decidia o que tinha que ser decidido, tomava as decisões sem procrastinar nada. Caso visse uma torneira pingando, imediatamente a arrumava ou comprava uma nova, fosse na casa dele ou de algum parente, assim fazia com qualquer coisa, pois tudo precisava estar funcionando bem. "Prezava pelo seu conforto e dos seus - não digo luxo -, mas sim fazia questão de ter um lar bem arrumado e aconchegante.", relembra a filha.

Seu marco foi ajudar, sua mão estava sempre estendida para ajudar família, amigos e desconhecidos. Nem sempre era preciso pedir sua ajuda, se ele percebesse que alguém estava com dificuldades, já tomava iniciativa. Jamais negaria ajuda a qualquer um que fosse, estava sempre disponível para seus amigos e familiares.

No último dia dos pais, agosto de 2021, nos reunimos todos em sua casa. Mamãe fez um almoço, filhos e netos, genros e noras; foi nosso primeiro encontro com todos da família desde que a pandemia começou, e ele nos intimou a nos organizarmos para que tirássemos férias todos juntos, para uma viagem familiar para a praia.

"A viagem ficou apenas nos planos, mas vivemos momentos muito bonitos de pai e filha pesquisando possíveis destinos no litoral, pelo computador. Meu pai era o nosso alicerce, a nossa base familiar, nosso suporte. Extremamente protetor. Nosso herói. Um pai, um marido sempre presente em nossas vidas. A dor da sua ausência é incalculável. A saudade é eterna, assim como nosso amor por ele!", despede-se com o coração cheio de afeto e gratidão a filha Michelle.

Antônio nasceu em Uberlândia (MG) e faleceu em Uberlândia (MG), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Antônio, Michelle Siqueira Oliveira. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 29 de abril de 2022.