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Antonio Celso de Lima

1966 - 2020

Nas fotos, aparecia sempre com fisionomia séria. Mas era só aparência.

Tony Lima era seu nome artístico, mas, na verdade, todos o conheciam como Toninho. Sua infância, adolescência e mocidade foram dedicados aos trabalhos da Igreja, onde foi líder, professor e auxiliar do pastor (que era seu pai).

Constituiu família, tornou-se pai de três filhos, os quais amava mais que tudo na vida. O casamento não deu certo e ele cuidou sozinho dos três, durante cinco anos.

Por dez anos optou por ficar solteiro. Até que, Suzana apareceu em sua vida. "Ele relutou, disse que não valeria a pena e que eu iria me arrepender. Sistemático, nas fotos estava sempre com uma fisionomia séria, até antipática. Era apenas aparência, ele era um coração mole, sempre pronto pra ajudar", conta a esposa Suzana.

Toninho conhecia tudo de música, bandas, cantores, especialmente dos anos 80, 90 e 2000, tanto as evangélicas como todas as outras. Sonorizou e cantou em várias igrejas, em casamentos de amigos.

Mesmo depois da amputação de uma das pernas, em 2018, por consequência da diabetes, manteve o bom humor e a vontade de viver. Os garotos o chamavam de Totô, por causa do cotoco. Tirava fotos do coto usando perucas, chapéus e óculos escuros. Lugares sem rampa? Isso não era problema, subia os degraus, sentado mesmo! "Ele agradecia a Deus pela oportunidade de continuar vivo, não tinha medo dos obstáculos", diz a esposa.

Antonio nasceu em Embu das Artes (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 53 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Antonio, Suzana Paes Vilela. Este tributo foi apurado por Viviane França, editado por Ticiana Werneck, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.