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Antonio Costa de Almeida

1932 - 2020

Olhos sempre a brilhar, a cada cantar do sabiá, cada vez que estava de sua roça a lembrar.

Do interior veio para a cidade grande.
De ti esse interior nunca saiu.
Simples-cidade.
Objetividade.
Lucidez como poucos.
Conhecia seu espaço, conhecia seus passos.
Pescou no lago, comprou na feira do bairro.
Cuidou, brincou, se preocupou, amou.
De repente, o telefone tocou:
- Vô?
- "Ah! Tô indo agora
Pra um lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o sabiá".

Antonio nasceu Brejões (BA) e faleceu Rio de Janeiro (RJ), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Andressa Cunha, a partir do testemunho enviado por neto Raphael Dias, em 17 de maio de 2020.