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Antônio da Costa Neves

1951 - 2020

Enxergava com olhos que refletiam vivências e fornecia os abraços mais aconchegantes de todo o norte do país.

Ninguém escolhe seu próprio nome. Porém, pode-se dizer que, os pais desse paraense, acertaram em sua decisão. “Antônio” significa “de valor inestimável”. E todo esse apreço que ele recebia, exatamente por ser tão valoroso, emanava para os seus amigos e familiares.

Festas sem o Antônio tornavam-se apenas reuniões monótonas. Os anfitriões das celebrações precisavam de sua vivacidade, assim como tudo aquilo que é vivo necessita de ar. Ele foi o pulmão das farras e o combustível para as diversões.

Mas não só de festejo Antônio vivia. Trabalhou 25 anos na Infraero. Nunca passou tanto tempo se dedicando a algo, com exceção de seu casamento. Foram 45 anos, nos quais, ele se apaixonou, todos os dias, pela mesma mulher.

Então, se é para lembrar de algo, que sejam das danças, do som de sua risada, das conquistas, dos aniversários, quando a família se reunia, das brincadeiras que compartilhava com os netos ou dos momentos em que ele ia para seus movimentos na Igreja Católica.

Gratidão, irmão, pai, avô, amigo, por exalar ternura e os melhores sentimentos através de todos os membros e sentidos.

Antônio nasceu em Icoraci (PA) e faleceu em Manaus (AM), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Antônio, Ana Kellen. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Vitória Freire e Nayandra Oliveira (duas jornalistas), revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de junho de 2020.