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Antônio da Silva Ferreira

1939 - 2020

Dono de um bom papo e amor infinito, cumprimentava as pessoas pedindo: “Me abraça, amigão!”

Antônio, mais conhecido como Tonhão, foi casado com dona Maria, mãe de suas filhas Andreia, Ana e Maria Lúcia. Adorava ver a família reunida, com muita festa e um bom churrasco. Cada vez que se encontravam, ele pedia um abraço como forma de expressar seu carinho. Gostava de agradar as bisnetas dando-lhes balas.

A certa altura da vida, ele e dona Maria se divorciaram e ficaram alguns anos separados, mas, depois, o destino uns uniu novamente e voltaram a ser felizes juntos, curtindo filhos, netos e bisnetos. Foram amigos e companheiros até o fim.

Era deficiente visual, mas, além de muito independente e fazer tudo sozinho, possuía uma visão do amor como ninguém. Chamava a todos de "meu querido" e gostava de cumprimentar as pessoas pedindo: “Me abraça, amigão!”

Foi construtor e, na velhice, passava o tempo vendendo refrigerante e cerveja em casa para a vizinhança, dessa forma complementando sua renda.

Sempre alegre, manteve o otimismo mesmo quando, logo após completar 81 anos em abril de 2020, contraiu o coronavírus. Continuou cantando e fazendo piadas. Procurava tranquilizar a filha, pedindo-lhe que se mantivesse calma. Acreditava que só Deus conhecia o seu futuro.

Vaidoso, apesar de já abatido pela doença, continuava pedindo ao genro que fizesse sua barba e cortasse seus cabelos.

Seu bom papo, seu amor sem fim e seu abraço carinhoso são marcas que deixou gravadas no coração dos seus e que jamais se apagarão.

Antônio nasceu em Portugal e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado de Antônio, Andreia Ferreira. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por , revisado por Paola Mariz e moderado por Jullia Cassia em 1 de dezembro de 2020.