Antônio dos Santos Reis

1944 - 2020

Um guerreiro que educou seus filhos com amor e honestidade. Partiu deixando sua comunidade órfã.

Antônio, ou “Tio Toim” como era chamado, foi pai de 6 filhos: Antônio Carlos, Sueli, Marcos, Fabiana, Simone e Ricardo que, curiosamente, não são conhecidos pelos seus nomes próprios, mas sim como “Os filhos do Seu Antônio”, tamanha era sua influência no local onde residem.

Foi um guerreiro preto e pobre que trabalhou a vida toda como pedreiro para colocar alimento dentro de casa, e o fez com orgulho e altivez. Homem de sorriso largo, nunca proferia um palavrão, assim como também nunca negava um bom dia, boa tarde ou boa noite e isso fez dele uma pessoa muito querida e respeitada.

Como lazer, gostava de jogar dominó, assistir novelas e assistir aos jogos do Santos Futebol Clube.

Ao se recordarem do patriarca, os filhos e netos agradecem a Deus por terem tido o privilégio de descenderem de um ser tão especial, que priorizou em sua educação o amor e a honestidade, nunca admitindo que fizessem nada errado.

Sempre muito carinhoso, fazia questão de declarar seu amor. Sua forma de ser rendeu-lhe muitas alegrias, bem como evitou o desgosto de ter filhos rebeldes.

Ele não considerava sua missão como pai cumprida quando as filhas se casavam e seu zelo por elas persistiu enquanto ele teve saúde para protegê-las. Tinha por costume esperar uma de suas filhas no ponto de ônibus quando esta voltava da escola tarde da noite, mesmo quando ela queria liberá-lo desta preocupação: - “Pai não precisa o senhor vir me encontrar porque já sou casada e meu marido vem me buscar”. Ao que ele respondia: - “Que isso, Neguinha? Você é minha filha e é um prazer pra mim".

Era daqueles pais que demonstrava interesse pela vida dos filhos, e se alegrava quando voltavam bem para casa dizendo: "Minha neguinha chegou"!

Quando parou de trabalhar e adoeceu isso não lhe roubou a serenidade e a docilidade. Nas horas de receber as prescrições médicas, sua filha lhe dizia: “Vamos tomar o remédio, pai?” E ele, gentilmente, respondia: “Claro, Neguinha! Você falou, tá falado. Pode me dar.”

Por essa maneira de ser, era sempre um prazer fazer as coisas para ele e, se seus filhos choram com sua partida, é por não mais poderem cuidar e serem cuidados por ele.

Apesar da falta que dele sentem, carregam no coração, além da saudade, a certeza de que souberam demonstrar o seu amor e retribuir o que de bom receberam dele ao longo de suas vidas.

O sentimento de perda experimentado por seus 6 filhos também foi compartilhado por todos aqueles dos quais ele se tornou pai, tio ou avô por laços afetivos. A prova disso foram as centenas de mensagens enviadas à família por ocasião da morte do "Tio Toim".