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Antonio Gomes de Moura

1949 - 2020

Um corintiano fanático que gostava de ler biografias para conhecer a vida de pessoas que fizeram a diferença.

Tio Toninho era amante do futebol, tinha o "coração corintiano" e fez fama como jogador dos times de várzea de sua região, com destaque para o Santa Cecília, da Vila Penteado, e para o Faísca de Ouro, da Pompeia.

Craque nas décadas de 70, 80 e 90, ganhou o apelido de Toninho Cinderela porque, como explica o sobrinho Marco, parece que desfilava ou que "deslizava em campo". Entendedores do bom futebol compreendem com facilidade que a alcunha veio, portanto, pela elegância que era fruto da habilidade e da técnica de um verdadeiro camisa 5.

Filho de família nordestina, Toninho tinha no sangue a força para driblar até mesmo a idade. Já na casa dos 70 anos, seguia se divertindo e batendo uma pelada com os amigos e sobrinhos, como lembra Renata que diz também que o tio era um "fanático por esporte e, principalmente, pelo Corinthians".

Tio Toninho era a expressão mais pura que se tem ao imaginar o povo brasileiro. Além do futebol, gostava de um bom samba e era tão alegre e carismático que contagiava todos com seu alto-astral.

Seu jeito de ser, inclusive, caiu como uma luva para a missão que recebeu como pai de três: Francisco Sérgio, Fábio e Natali, frutos da união com a amada e querida Bete. O filho do meio do casal foi diagnosticado com autismo severo e Toninho nunca falhou em dedicar-lhe todo amor e carinho necessários.

Apaixonado pela família e, sobretudo pelos netos, Toninho viu nascer Larissa, Beatriz, Lívia, Thierry, Manuela e Levi. A primeira bisneta, Liz, veio ao mundo depois que o bisavô já havia partido, mas sempre saberá que foi aguardada ansiosamente por ele.

Tio Toninho trabalhou como gráfico e foi um voraz leitor de biografias. Amante da vida, gostava de conhecer a história de pessoas que fizeram a diferença. Agora, graças aos sobrinhos Renata e Marco, tem um trechinho de sua própria trajetória eternizada em forma de homenagem dedicada a quem foi e será inesquecível para os seus.

Salve tio Toninho, "eternamente dentro dos nossos corações", como conclui Marco em alusão ao hino do Corinthians tão amado por aquele que tão orgulhosamente pertenceu ao "bando de loucos".

Antonio nasceu em Senador Pompeu (CE) e faleceu em Jundiaí (SP), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelos sobrinhos de Antonio, Renata Gomes de Almeida e Marco Antonio Gomes de Almeida. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Larissa Reis, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de outubro de 2020.