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Antonio Maia Braz

1944 - 2020

Uma pessoa reservada, mas a quem todos recorriam para pedir conselhos. Amava a natureza e os passarinhos.

Do tipo discreto e calado quando se tratava dele próprio, porém acessível para qualquer pessoa, costumava ser procurado para dar conselhos, no que, aliás, era bastante assertivo.

Como avô, Antonio possuía o dom de contar histórias e de escutar os netos. Por eles, abdicava de tudo, pois a família vinha em primeiro lugar.

Ele e a esposa Cleuza primaram por oferecer as melhores oportunidades para as filhas e os netos. E assim, ambos seguiram na vida, com muita dedicação ao trabalho e uma fé inabalável.

O casal apostou em inúmeros projetos ao longo do percurso e obteve sucesso em alguns deles.

A filha Paula rememora uma infância bastante incomum, vivendo em várias cidades e até em Portugal, porém, sem nunca faltar o carinho, o afeto e, claro, a diversão.

Conforme suas recordações, as festas na casa da família possuíam um toque muito particular em relação à quantidade. "Nos aniversários, o bolo sempre ia de uma ponta à outra da sala".

O exagero do pai era tamanho que, no dia do seu exame do coração, ele caminhou mais de 4 km para chegar até a clínica. “Ao saber disso, o médico falou que já não precisava mais fazer o exame”, conta Paula.

Ela diz que o maior sonho de Antonio era ter vivido numa fazenda até seu último dia, e finaliza: "Meu pai amava a natureza, ainda mais os passarinhos".

A história da esposa de Antonio também está guardada neste memorial, e você pode conhecê-la ao procurar por Cleuza Carlos.

Antonio nasceu em Aveiro (Portugal) e faleceu em Volta Redonda (RJ), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Antonio, Paula Otavia Carmo Braz. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Mariana Quartucci, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de dezembro de 2020.