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Antonio Marcos Degi

1965 - 2021

Acreditava que a melhor pedagogia era a do exemplo e a praticava.

Chamado de Marcos pela família, pelos amigos e no ambiente profissional ele era conhecido como Degi.

Amava ser pai e como tal era cuidadoso e presente. Cuidava dos filhos Lucas, André e Aline como a galinha cuida dos seus pintinhos, sempre atento para que não se machucassem quando eram pequenos, sempre disposto a brincar, mesmo após um dia cansativo no trabalho e quando já crescidos, estava sempre à disposição para ajudá-los no que fosse necessário.

Em relação a eles não media esforços. Acordava de madrugada para buscá-los em festas ou para levá-los a compromissos.

Muito firme em relação aos seus valores e convicções, mas nunca intolerante, estava sempre aberto às mudanças. Odiava a fofoca, a maledicência, a mentira e as brigas. Marcos era um homem que falava pouco, mas com o seu exemplo nos dizia tudo.

Ele amava a Jesus Cristo de todo o seu coração e com toda a sua inteligência e isso se refletia em todo o seu modo de ser. Tudo o que se propunha a fazer era feito com excelência e perseverança, nunca desistia de uma tarefa ou das pessoas.

Solange, sua esposa, fala nele com muito carinho: “Era o meu melhor amigo, meu primeiro e único namorado assim como eu a dele, meu companheiro, parceiro, amante e amado. Estávamos juntos há 34 anos, mais da metade de nossas vidas.
“A pessoa mais laboriosa que conheci, estava sempre consertando algo em casa, ou plantando sementes e mudas de flores (quanto mais cheirosas melhor) e árvores frutíferas, fazia pimentas artesanais, alho em conserva, pizzas, pães de longa fermentação e deliciosos recheios de bolo, além de ser um ótimo churrasqueiro também.”

Enquanto profissional da área fiscal/ tributária, tinha a mente treinada para encontrar e resolver problemas e nunca deixou de auxiliar qualquer colega que lhe solicitasse seus conhecimentos únicos e singulares adquiridos durante mais de 30 anos de trabalho. Não guardava para si aquilo que poderia facilitar a vida do colega de trabalho, era generoso e gentil com todos. Incapaz de fazer o mal a quem quer que fosse.

Estava cheio de planos para o futuro e dentre eles, queria desenvolver um projeto rural autossustentável onde pudesse abençoar o maior número de pessoas possível.

Suas peculiaridades são lembradas por Solange: “O hábito de fazer longas caminhadas, nunca assistir filmes desde o início, começar a leitura de livros pelo capítulo final, fabricar o seu próprio elixir milagroso a base de arnica que servia para quase todos os males e fazer longas pesquisas antes de qualquer compra ou decisão importante”.

Antonio nasceu em Caiuá (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Antonio, Solange do Nascimento Degi. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 3 de maio de 2022.