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Antônio Miranda de Oliveira

1934 - 2020

Um homem de vestes elegantes e gestos simples.

O Sr. Miranda, como era conhecido no Bairro Carlos Prates em Belo Horizonte, onde morou por mais de 50 anos era distinto, religioso, honesto, prestativo, educado, atencioso e dedicado à família.

Esbelto e elegante, estava sempre bem vestido com sua calça social, seus belos sapatos e seu lenço de tecido no bolso. Cuidou de D. Gersina, sua esposa doente até que a morte a levasse, durante 23 anos.

Adorava crianças, especialmente seus 6 netos. Criou e educou seus 4 filhos homens com firmeza, sem jamais deixar de lado o carinho e o amor.

O Sr. Miranda teve por anos um pequeno armarinho no bairro e apesar de não trabalhar mais, manteve o dom de encantar as pessoas. Era agradabilíssimo, adorava um dedinho de prosa e por isso, era parado por todos no bairro.

Na igreja São Francisco das Chagas, sempre foi ativo colaborador e até a sua morte fazia questão de doar mensalmente seu dízimo como um compromisso sagrado.

Tinha como compromisso pessoal, cuidar e ajudar em todos os aspectos suas três irmãs solteiras. Ele as visitava quase que diariamente, até quando as limitações do Alzheimer o impediram.

Até em seus os últimos dias de vida, quando encontrava alguém perguntava sobre como estava sua família. Aos filhos, sempre agradeceu pela atenção e carinho com os quais o tratavam.

Apesar de muito elegante, era uma pessoa simples e amorosa. Não deixou sequer uma mínima pendência para a família, mas deixou uma saudade que jamais terá fim.

Foi um grande homem, amigo, pai e avô.

Antônio nasceu em Pará de Minas (MG) e faleceu em Belo Horizonte (MG), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho de Antônio, André Geraldo Gomes de Miranda. Este tributo foi apurado por Jéssica Loredo, editado por Flavia Campos , revisado por Rosana Forner e moderado por Rayane Urani em 6 de junho de 2020.