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Antônio Sérgio Sobreira Cordeiro

1957 - 2020

Gostava de ser chamado de ‘Serjão’. Um apelido que lhe caía muito bem: um ser humano grande de coração e fé.

Serjão gostava tanto de ajudar as pessoas, que fez disso a sua profissão e trabalhou por 26 anos como auxiliar de farmácia. Mesmo já aposentado, fazia questão de continuar no trabalho, oferecendo seus serviços a quem precisasse. Amava o que fazia e as grandes amizades que construiu por ali.

Grande era também o seu amor por sua esposa, com quem estava há 37 anos. “Cadê a Ritinha?” era a primeira pergunta dele ao chegar em casa. O amor dele por ela era algo incondicional. Sua maior alegria era ficar bem pertinho de sua parceira, o seu grande amor. Formaram uma família forte e bonita com três filhas e três netas, e gostavam de viajar juntos.

Falando em amor, ele também era torcedor fanático do Fortaleza e recebeu uma baita surpresa no seu aniversário de 2018. A família organizou uma festa temática, com direito a decoração, hino e a presença do Juba, o mascote do seu time do coração. Quando Juba entrou na festa e, ainda lhe entregou uma camiseta oficial do time, Serjão ficou feliz e encantado feito uma criança! Seu sorriso e seus olhos brilhantes emocionaram a todos! Esse dia ficou marcado na memória.

Outra coisa que ele gostava de fazer, e que jamais será esquecida, era a sua sagrada soneca, logo após o almoço, deitado de bruços no chão — era a sua mania, e também seu truque, para driblar o calor do Ceará.

Serjão foi pai, marido, irmão, avô, profissional e amigo muito dedicado e amoroso. Um servo de Deus, de fé inabalável. “Em breve estarei aí, fiquem com Deus”, disse através de uma mensagem de áudio enviada do hospital.

"Carregamos as saudades, os bons exemplos e a certeza de que hoje ele está ao lado de Deus", dizem juntas, em homenagem, as filhas Gerlany, Polly e Jucélia, sua irmã Rebeca e sua esposa Ritinha.

Antônio nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Maracanaú (CE), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Antônio, Gerlany de Sousa Cordeiro. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Lígia Scalise, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de junho de 2020.