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Aparecida de Jesus Faria Rocha

1960 - 2021

Trabalhou a vida toda até que conseguisse o melhor. A partir daí, tudo era de todos.

Dona Cida sempre foi costureira. Quando seu marido morreu, ela ficou com três filhos e, morando numa pequena casa no fundo do quintal, andava vários quilômetros por dia para poder costurar.

Viveu essa vida até que teve a oportunidade de montar uma confecção de costuras e banner junto com uma prima dela e, nesse período, ela saía de casa às seis horas da manhã e só voltava às 22 horas.

Nunca parava de trabalhar, nem quando tinha febre ou as dores crônicas no corpo. Mas as coisas melhoraram tanto no prato como na ampliação, levando melhoria e conforto para sua casa. Com sua prosperidade, ela se tornou, na família, aquela pessoa que ajudava a todos conforme suas posses. Em seu último Natal presenteou familiares e amigos mais próximos. Viajou no Ano Novo parecendo estar se despedindo de todos.

Ela era uma pessoa feliz e querida por todos, até mesmo por aqueles que não a conheciam pessoalmente, mas sabiam de sua solitária e gloriosa luta.

Conta o filho Rafael com orgulho: “A relação dela com a família foi a mais completa possível. Sou filho dela, fica até meio suspeito eu contar sobre ela e, não é porque era minha mãe, mas ela era guerreira de verdade. Ela ajudava as pessoas de olhos fechados e, quando eu me for, quero voltar a ser próximo dela na próxima reencarnação nem que demore 50 anos pra isso, mas quero vir próximo dela”.

Aparecida nasceu em Potirendaba (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado Pelo filho de Aparecida, Rafael Faria Rocha. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 3 de maio de 2022.