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Aparecida Rodrigues da Cruz

1953 - 2020

Com seu famoso café e seu largo sorriso, acalentava o coração de todos a sua volta.

Aparecida ficou marcada por sua força, sua resiliência, sua firmeza para enfrentar os problemas cotidianos. Passou por dificuldades das mais diversas, e as superou com a vasta fé que tinha em Deus.

Talvez fosse mesmo esta fé Nele que enchia seu espírito de paz e de tranquilidade. E a bondosa mulher era bem sucedida em repassar isto a todos que lhe conheciam, por meio do olhar calmo, da fala mansa e do sorriso largo.

Dona da alcunha de Cidinha, dedicou a vida ao cuidado dos filhos e dos netos. Queria-os muito, sempre perto dela, de preferência compondo o lar doce que ela cultivava. Servia aos que lhe visitavam um café saboroso como nenhum outro, acompanhado de pães também feitos por ela, igualmente deliciosos. Panela cheia e comida farta eram características essenciais de sua casa, assim como o amor que aplicava em tudo o que fazia.

Cidinha era de passar muito tempo em casa, cuidando de suas plantas e de seus cães, pois era apaixonada por tudo o que era vivo, tão vivo quanto ela mesma.

Era reconhecida não só por sua harmonia, como também por ser excessivamente generosa, pacata em certa medida, e alegre em todas. Nunca reclamava, mesmo que as coisas merecessem sua reclamação.

Emocionada, a filha, Selma, conta ao Inumeráveis que sua mãe, uma semana antes de falecer, “sonhou que estava em um campo cheio flores e movimentado por crianças”. Ainda acrescenta: “por mais que seja difícil acreditar e aceitar que ela se foi, creio que Deus a tenha recolhido para fazer morada nesse jardim”.

Aparecida nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Aparecida, Selma Roschel de Lima. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Diego Eymard, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 3 de março de 2021.