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Aparecido Souza e Silva

1952 - 2020

Uma casinha na beira da praia e pescar era tudo que ele queria, desde que estivesse ao lado de sua amada Lena.

Esta é uma carta aberta da filha Patricia Michele, em homenagem ao seu pai, Aparecido:

Meu pai, que tinha 11 filhos, nos mandava mensagens carinhosas de bom dia, boa tarde e boa noite perguntando como estávamos e afirmando que se precisássemos dele, ele estaria ali para nos ajudar. E sempre esteve, à sua maneira.

Ele foi muito presente, principalmente para os filhos mais novos, dedicando-se para ficar ao lado deles constantemente.

Era conhecido como Cidão. Foi gesseiro, construtor civil, pintor... enfim, "se virava nos 30" para alimentar meus irmãos pequenos - e não media esforços, viu?

Tentou se candidatar a vereador de São Vicente. Não aconteceu, e ele não desistiu, decidiu que tentaria novamente nas eleições seguintes.

Foi um bom contador de histórias, era habilidoso com as palavras e, por isso, capaz de convencer qualquer pessoa. Amava pescar; aliás, o sonho dele era, na velhice, ter uma casa próxima ao mar ou a um lago para envelhecer pescando.

Só tinha olhos para "o loirão" dele, sua esposa, a Lena.

Sentimos tanta, mas tanta falta dele! Saudades dos papos, das broncas que às vezes tínhamos que dar nele. Ai, pai! Te amo, te amamos e sempre te amaremos! Um dia nos reencontraremos.

De todos os seus filhos e esposa.

Aparecido nasceu em Santo Anastácio (SP) e faleceu em Santos (SP), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Aparecido, Patricia Michele Cardoso de Moraes Souza. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Tatiana Natsu, revisado por Paula Queiroz e moderado por Ana Macarini em 30 de junho de 2021.