1930 - 2020
Humilde e muito amorosa, assim era a prendada fazedora de pudins e de petas.
"Dona Arcênia foi uma verdadeira guerreira", descreve o neto Roger, autor das linhas abaixo.
De infância humilde, no interior da Bahia, conheceu seu companheiro de vida logo que nasceu. Sendo alvo de uma promessa que, anos depois, se concretizaria com uma união cheia de frutos.
Depois de irem a pé para o interior de Goiás, firmaram residência em Aurilândia, foram ao todo 11 gestações, com 12 filhos. Desses, oito conseguiram crescer e se desenvolver, vivendo infância de muito trabalho, mas também de muito exemplo de perseverança.
Arcênia conseguiu criar os oito filhos, tendo "formado" todos, como dizia. Passou por todas as dificuldades que uma mãe pode passar, inclusive com a perda das filhas. Cuidou dos netos e bisnetos, sendo uma prendada fazedora de pudins e de petas.
De suas mãos, incontáveis toalhas foram bordadas, doadas e vendidas. Uma energia inesgotável, oriunda de uma cabeça fértil e inocente, que não via maldade em nada e em ninguém.
Agora foi ao encontro de seu companheiro e de seus filhos, próxima do Papai e da Mamãe do Céu, que todas as noites eram alvos de sua inabalável fé.
Arcênia nasceu em Correntina (BA) e faleceu em Goiânia (GO), aos 89 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo neto de Arcênia, Roger Sousa Kuhn. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 9 de outubro de 2020.