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Aurelina Valença dos Santos

1952 - 2020

Mulher iluminada, sempre soube sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Aurelina era uma pessoa iluminada, do bem, forte, guerreira. Nasceu para ajudar, principalmente em casos de doença. "Tenho pra mim que Deus a chamou pra ajudar nesse momento de muita perda, pra amenizar a situação. Tenho pra mim também que seu dia havia chegado, independentemente de ter partido com o vírus", diz a filha Elisangela.

Persistente, não desistia de nada. Era corajosa. Foi muito amada. Alegre, irradiava muita luz. Estava preparada para a morte; fizera mesmo sua roupa e queria um velório com muita música.

Mãe de três filhos, perdeu um deles em 2004. "Edgard era o filho mais especial de todos e, talvez por isso, foi chamado tão cedo... os bons morrem jovens", comenta Elisangela, que conta ainda que a mãe "ensinou tudo sobre sermos pessoas de bem, pessoas que vão atrás dos seus sonhos, sem prejudicar ninguém e sem fraquejar".

Avó de dois netos, os amou e soube aproveitar sua companhia ao máximo. Apesar de ter passado poucos anos com eles, cuidava das crianças do amanhecer ao anoitecer, todos os dias.

"Todas as pessoas a quem Aurelina ajudou queriam retribui-la por tudo, mas não foi possível. Ela irá colher todo o bem ao próximo num lugar maravilhoso, de muita paz... lá onde está agora, junto de seu filho e de Deus. Olhamos para o céu e conversamos com a nossa estrelinha amada, que é a mais brilhante de todas", conta Elisangela.

Aurelina nasceu em Tobias Barreto (SE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Aurelina, Elisangela Valença dos Santos Rodrigues. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Lígia Franzin, revisado por Daniel Schulze e moderado por Rayane Urani em 12 de outubro de 2020.