1952 - 2020
Leve e irreverente, comprava lembrancinhas para entregar às crianças que encontrasse pelo caminho.
Professor e radialista, Lelinho, como era chamado carinhosamente, cativava aos grandes e pequenos com seu jeito amável. Colecionador de selinhos de promoção de jornal, acumulador de antiguidades e o amigo que gostava de fazer abridores de garrafa para presentear os seus; todos adoravam a sua companhia, especialmente porque ao seu lado estava a alegria.
Casado com Beth, adotou em seu enorme coração os quatros filhos da esposa, e os amou como se fossem seus. Sobre a convivência em família, o filho Juliano lembra de maneira especial que, com suas imitações, Aurélio adoçava os momentos após as refeições preparadas pela mãe. Já a amada esposa é quem recorda que a grande paixão de Lelinho era o município de Morada Nova de Minas (MG), onde o casal sonhava em comprar uma casinha, na beira da lagoa de Três Marias, para receber os filhos e os netos aos finais de semana.
A diversão de Aurélio estava nos gestos simples do dia a dia, como em seu ritual de ferver o pó de café no caneco antes de coar e, então, ficar esperando aquele café sair preto feito tinta. Em tudo que fazia havia uma pitada de graça, como por exemplo, quando lavava o copo com cerveja ― e não com água, como o habitual ―, tudo isso para: tomar cerveja!
Com o espírito de menino, adorava comprar cartelas de brinquedos e bolinhas de gude quando passava pelas bancas de revistas. Segundo Juliano, o objetivo do pai era poder presentear crianças que cruzassem sem caminho nas ruas. Aurélio também não resistia às lojas de R$1,99 e sempre fazia a festa. As meninices do homem marcaram todos ao seu redor!
A felicidade e o carisma do querido Lelinho permanecem gravados na memória e nos vídeos que a família fazia e postava no aplicativo Tik Tok, nos ele quais demonstrava toda a sua irreverência. Com suas piadas prontas, era capaz de regar qualquer deserto de dor e tristeza. Sua ausência se faz sentir nas anedotas que escrevia nos pequenos papéis espalhados pela casa, e nas músicas escritas que deixou para sua Beth.
Aurélio nasceu em Belo Horizonte (MG) e faleceu em Belo Horizonte (MG), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Aurélio, Juliano Costa. Este tributo foi apurado por Rosimeire Seixas, editado por Rosimeire Seixas, revisado por Luana da Silva e moderado por Rayane Urani em 19 de novembro de 2021.