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Benedita Antonia da Costa

1943 - 2020

Tinha grande conexão com Deus, dava bons conselhos e fazia um arroz com feijão inigualável.

Conhecida por todos como irmã Dita, exerceu por mais de quarenta anos o ministério na igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Goianésia.

Era na casa de irmã Dita que o povo da cidade ia bater à porta quando os desafios da vida apertavam. Considerada uma intercessora, ouvia os problemas de cada um, aconselhava, orava por todos. Sentia que tinha uma intimidade sobrenatural com Deus. Fosse o que fosse o acontecido, independente de hora e lugar, repetia com fé a frase: “Deus proverá” e, na maioria das vezes, era o que acontecia.

Sua adoração por Deus era tão grande que o neto Mateus usa as expressões bíblicas para simbolizar sua história, como na frase “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”, que foi dita na Bíblia por Paulo quando pressentiu que ia morrer. Assim como Paulo, citado em 2 Timóteo 4, Benedita se reconhecia no serviço a Deus, sem nunca desistir da meta, sempre agarrada à fé que a sustentou em meio às adversidades.

Uma vida que exigiu esforço e determinação, mas que valeu a pena, porque no final, assim como o apóstolo de Jesus, ela se entregou de corpo e alma confiando que iria desfrutar do prêmio da alegria eterna.

Fiel também à família, foi casada por cinquenta e cinco anos com Maurílio Melo da Costa. Iam comemorar mais um ano de união, mas a esposa faleceu dois dias antes da data, deixando profunda saudade no coração do marido. Tiveram cinco filhos: José, Odair, João, Divino e Maria que frutificaram dez netos e quatro bisnetos.

Dentro da rotina dedicada à família e aos aconselhamentos, tinha tempo de ser criativa na cozinha, outra paixão sua. Imprimia o toque de devoção nos detalhes de tudo que fazia. Gostava de experimentar novas receitas, substituía os ingredientes e fazia também os pratos mais simples com um sabor único, como o seu famoso arroz com feijão que não tinha igual. Gostava também de criar peças de artesanato inspirada em sugestões que via nos programas de TV.

Mateus fala da avó com muito respeito e carinho e para sempre vai se lembrar do cuidado com que ela zelava de todos, constantemente telefonando e perguntando como cada um estava e transmitindo muito amor.

Em seus últimos dias, ela disse: "Deus proverá”. E como citado em Lucas 1:23, “Sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para casa”. Benedita retornou à casa de origem, à casa do Pai, acolhida pela intimidade com o divino que tanto cultivou em vida.

Benedita nasceu em Pirenópolis (GO) e faleceu em Aparecida de Goiânia (GO), aos 77 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo neto de Benedita, Mateus Henrique Venâncio Costa. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bettina Turner, revisado por Acácia Montagnolli e moderado por Lígia Franzin em 7 de abril de 2021.