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Benedito Melgarejo Saldanha

1968 - 2020

Imortal e fundador da Academia Porto Alegrense de Letras, era apaixonado por literatura e entusiasta de novos talentos.

Benedito viajava para a praia nas férias, mas a folga era somente do trabalho como servidor público no DMAE, um órgão essencial da Prefeitura de Porto Alegre. Para sua paixão maior, a literatura, ele não precisava de um dia sequer de descanso. Aliás, Benedito aproveitava as férias para ficar ainda mais imerso no mundo das letras.

A descoberta deste amor aconteceu aos 12 anos, no Colégio Militar de Porto Alegre, onde sempre estava inserido em atividades literárias. Nesta época, ele já escrevia poemas e participava de uma revista da escola.

Mais do que se dedicar a escrever livros, Benedito divulgava o trabalho de novos talentos gaúchos no Sarau com Ritmo e Concurso Poético Expresso das Letras, ambos criados pelo escritor. Também esteve à frente de importantes instituições da área no Rio Grande do Sul. Era presidente da Sociedade Partenon Literário, além de presidente e criador da Academia de Letras Porto Alegrense.

Usou seus dons para enaltecer a mulher gaúcha. Os últimos livros foram direcionados a perfis de profissionais do jornalismo e rádio, intitulados "As Jornalistas" e "As Radialistas", lançados na Feira do Livro de Porto Alegre.

Veio de uma família de sete irmãos. Estava sempre disponível para eles, para a mãe, a professora Maria Eulália, e para o pai, o militar Salatiel Saldanha.

Foi-se cedo, aos 52 anos, mas é um imortal das letras. O legado para a literatura gaúcha e nacional é vasto. Deixou sete livros:

- A mocidade do Partenon Literário
- Luciana de Abreu
- Apolinário Porto Alegre
- Lobo da Costa
- Álvares de Azevedo
- As jornalistas
- As Radialistas

Além das obras, ajudou muitos a brilharem no cenário das letras com a criação de iniciativas de fomento à literatura.

Benedito nasceu em Porto Alegre (RS) e faleceu em Viamão (RS), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela mãe de Benedito, Maria Eulália Melgarejo Saldanha. Este texto foi apurado e escrito por Talita Camargos, revisado por Lícia Zanol e moderado por Rayane Urani em 25 de setembro de 2020.