Bento de Almeida Paes

1967 - 2021

Conhecer novos lugares era um prazer, apreciava viajar por cidades pequenas e visitar a família.

Almeida — era assim que ele gostava de ser chamado. Muito bem disposto e trabalhador, foi o que se conhece por "alguém que faz de tudo". Perdeu o pai muito cedo — tinha somente 15 anos — e dali em diante passou a assumir muitas responsabilidades. Ele era o filho que "resolvia tudo" e que fazia o possível para ajudar todos os irmãos. Nutriu uma relação muito íntima e de muito amor com a mãe, com quem teve a felicidade de conviver até seus 93 anos. Eram tão unidos que partiram praticamente juntos, com somente um dia de diferença.

Ele trabalhou em muitas áreas, mas encontrou-se mesmo foi como comerciante. Tornou-se empresário: tinha uma loja de variedades e uma empresa de revenda de carros. Esforçou-se muito na vida para chegar aonde chegou, estava indo muito bem e orgulhava-se disso.

Gostava muito de viajar pelos interiores do Amazonas ou para destinos mais distantes como São Paulo, Fortaleza e Brasília, que desfrutava tanto acompanhado como sozinho.

Foi um pai exemplar para seus quatro filhos e em nenhum momento seu divórcio, há mais de quinze anos, foi motivo para que não estivesse presente. Nunca deixou faltar nada para a família, dedicando todo amor e cuidado possível. A filha Bruna conta que o pai esteve ainda mais presente quando ela adoeceu. Sempre otimista e ao seu lado, Almeida repetia: "Vamos vencer!" De fato, há dois anos ela venceu o câncer.

Acreditava que a melhor forma de educar era pelo exemplo. Como ele sempre foi um homem religioso, levava os filhos consigo para a igreja desde quando eram pequenos. Ele também realizou um dos seus sonhos, que era o de ser pastor. Nesta posição, ajudou muitas pessoas. "A gente nem imaginava que eram tantos os acolhidos pela generosidade de meu pai, ficamos sabendo depois que ele faleceu", conta a filha Bruna. "Ele era uma pessoa de coração enorme, sempre preocupado com o próximo."

Como o frescor característico do perfume que tanto gostava, Almeida valorizava as coisas simples da vida. Amava degustar um peixe, bem como o tradicional frango assado que a mãe da Bruna preparava. Era ainda apaixonado por futebol e Flamengo era o seu time de coração.

Além de ter sido um pai exemplar, ele nutria um grande sonho: esperava muito por um neto. Quando Bruna engravidou ele já sentia que era menino. Bastante empolgado, comprou vários presentes e foi muito atuante, inclusive levando Bruna às consultas quando o marido não podia acompanhar. O netinho nasceu durante a Pandemia... Almeida pôde conhecê-lo, porém não de pertinho, no colo. Muito cuidadoso quanto ao cumprimento das medidas de restrição, priorizou a proteção do bebê.

Inundada por grande saudade, o alento da filha Bruna é poder demonstrar o quão maravilhoso era seu pai, o Pr. Almeida, que deixou uma linda trajetória de vida.