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Braulino de Souza Valadão

1947 - 2020

Seu perfume anunciava que a alegria chegava para ficar.

Seu Deco. Assim ele era chamado. Mas Cabelinho era seu apelido carinhoso. Era muito vaidoso e seu cabelo recebia uma atenção especial, “nunca estava despenteado”, diz a filha Fernanda.

Era uma pessoa alegre, perfumada. Sua alegria e seu perfume enchiam os lugares com boa energia. Todos sabiam de sua chegada impecável. Chamava a atenção dos seus queridos que o admiravam também pela beleza de sua alma.

Ao fazer 70 anos, como se soubesse que não chegaria aos oitenta, quis fazer uma festa, celebrar sua longa e feliz existência com quem mais amava, sua família.

Seu Deco já estava aposentado. Foi um funcionário público exemplar, cumpriu sua missão. Mas, acima de tudo, construiu, com sua esposa, uma família de seis filhos, seis netos, genros e nora, onde teve a chance de passar ensinamentos e contribuir para um mundo melhor.

Pessoa forte que conseguiu se recuperar de dois infartos, viveu com saúde, “mas não conseguiu vencer a Covid-19”, diz a filha.

A saudade é grande, mas Seu Deco será lembrado sempre, em cada ato cotidiano que o marcou, e seu perfume continuará a ser sentido entre seus queridos.

“Dia dos Pais não teremos mais sua presença, pai; mas você fica em nossa memória e em nossos corações, com a certeza de que você deixou filhos melhores para o mundo!", despede-se Fernanda.

Braulino nasceu em Pelotas (RS) e faleceu em Florianópolis (SC), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Braulino, Fernanda Silva Valadão Pereira. Este tributo foi apurado por Carla Cruz, editado por Míriam Ramalho, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de janeiro de 2021.