Sobre o Inumeráveis

Bruno Magnani Pacheco

1982 - 2021

Pare ele nenhuma conquista ou viagem foi mais especial do que o convívio com a família.

A irmã Mirela confidencia que Bruno "era o homem mais lindo que alguém poderia conhecer na vida. E sua beleza ia muito além da aparência física. Ao seu modo, Bruno foi luz".

Ele amava as plantas e os animais. "Possuía um dedo verde... Tudo em que punha as mãos brotava sem esforço. Cultivou peixes e plantas aquáticas. Era profundo conhecedor de espécies e processos de cultivo".

Mirela lembra que Bruno tinha um tino único para o comércio e sabia negociar como ninguém. "Navegava pelo universo material com imensa naturalidade e conseguia verter leite de pedras muitas vezes".

Era apaixonado por música e tocava guitarra nas horas vagas, com colegas e companheiros musicais. "Apesar da nossa timidez, subimos ao palco juntos algumas vezes, em festivais locais", conta a irmã, para quem o maior legado de Bruno é o amor que tinha pela família. "Tudo o que fez na vida foi em função dela, sem medir esforços, inclusive abdicando de muitas coisas, como possíveis viagens e conquistas profissionais, para estar junto com os familiares por mais algum tempo".

A convivência com os pais era diária, mesmo tendo formado a própria família. Bruno tomava café todos os dias bem cedinho na casa dos pais, antes de seguir para o trabalho.

"De todas as pessoas que conheci na vida, Bruno era a mais engraçada de todas, um verdadeiro comediante. Em cinco minutos de conversa, arrancava-nos ao menos duas ou três risadas altas", diz a irmã.

Bruno prestava suporte de TI no principal hospital da cidade de Aracaju durante toda a pandemia e, apesar de todo o medo do contágio, não fugiu à sua luta até o último instante. O profissional buscou a vacina, mas teve seu pedido negado. Em janeiro de 2021, chegou a entrar na fila da vacinação, mas não conseguiu ser imunizado, sob alegação de que as doses estavam esgotadas.

Bruno nasceu em Aracaju (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Bruno, Mirela Magnani Pacheco. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Patrícia Coelho, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 23 de dezembro de 2022.