1950 - 2021
Um homem que lutou pela saúde pública e contra a corrupção no Rio de Janeiro.
Essa é uma homenagem de Daniel a um honrado membro da linha de frente:
Dr. Chaves foi oficial da Marinha, superintendente da Central de Regulação de Leitos, trabalhou no Ministério Público por dez anos e, também atuou como secretário de Saúde do Estado. Em sua trajetória, investigou e denunciou casos de corrupção.
Quando deixou a secretaria, achei que iria descansar. Não tem nada de errado nisso, né? Mas o Chaves não conseguia parar. Foi chefiar a área de transplantes do Estado do Rio. Viveu os últimos tempos levando órgãos a quem lutava pela vida. Porque mais do que descansar, ele gostava de fazer o que nasceu pra fazer: salvar vidas.
Quando as vacinas para a Covid-19 ficaram retidas em São Paulo, Chaves, que era piloto e conhecia muita gente, deu um jeito de ir buscar as doses para levar ao Rio de Janeiro.
Se um dia fizerem uma lista de heróis do Rio vão encontrar o nome do médico Carlos Alberto Chaves; tenho certeza.
Era flamenguista, fã de Beatles e um piloto de helicóptero apaixonado pelos ares; falava disso sempre.
Em sua despedida, o Dr. Chaves vestia um de seus macacões de piloto: verde; cheio de emblemas, seu nome costurado no peito, a bandeira do Estado do Rio na manga.
É, meu amigo, chegou a hora de voar outra vez. Obrigado por tudo!
Carlos nasceu em Santo Antônio do Palma (RS) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo colega de Carlos, Carlos Alberto Chaves. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Daniel Brunet, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 7 de dezembro de 2021.