1954 - 2020
Foi o Carlinhos Cabeleireiro de Quixeramobim, amado e respeitado por toda a cidade.
Filho, pai, esposo e avô extraordinário. Sempre junto à família, distribuía generosidade por onde passava.
Carlinhos, como era chamado pelos clientes e amigos, era casado com dona Verinha, com quem compartilhava seus melhores momentos. Teve três filhas: Valdekarla, Karla e Katia, e cinco netos, duas meninas e três meninos, aos quais dedicava muito amor. A neta que ele tinha mais afinidade era Karen, de 11 anos de idade e era uma grande alegria quando se encontravam. Várias fotos registraram momentos únicos dos dois.
Na cidade de Quixeramobim, onde nasceu e viveu por anos, todos tinham um carinho enorme por ele. Cabeleireiro de profissão, conhecido pelos clientes como o "Sr. Carlinhos cabeleireiro", começou a cortar cabelo e fazer barba em seu salão em 1981. Era o que mais amava fazer. Gostava tanto do que fazia que, por vezes, cortava o cabelo de quem não podia ir até seu salão, atendendo clientes em domicílio. Era muito comprometido e sempre estava com um sorriso no rosto.
Foi fazendo sua clientela e mudando de endereço até conseguir se instalar no centro da cidade, onde morava com sua família no andar de cima do salão. Muito dedicado ao trabalho, abria o salão até aos domingos e, enquanto trabalhava, ouvia os jogos de futebol de seu time preferido pelo radinho.
Sr. Carlinhos e sua esposa eram um casal bem quisto na cidade, admirados pela cumplicidade e companheirismo um com o outro. Sempre juntinhos nas festas e nas serestas, dançavam forró, samba, valsa e tinham muito ritmo. "Até ganharam um concurso de valsa no 'Arreio de Prata'", relembra sua filha Karla. E, no nordeste, ganhar um concurso de valsa não é pra qualquer um não.
Mal eles chegavam nos bailes, Sr. Carlinhos já ficava “se coçando” de vontade de dançar: "'Bora Verinha', ficava no pé da minha mãe, que o apelidou de 'Pé de Ouro'”, conta Karla.
Seu prato predileto era frango ao molho com açafrão, bem temperado, feito pela esposa Verinha. Vez ou outra ele pedia carinhosamente “ôh, minha filha, vamos fazer um franguinho hoje?”.
As lembranças são tantas, mas o que fica mesmo é o seu grande legado de generosidade, de compromisso com a família e com o trabalho e um sorriso no rosto sem igual.
Carlos nasceu em Quixeramobim (CE) e faleceu em Quixeramobim (CE), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Carlos, Karla Veriany Fernades Ferreira. Este tributo foi apurado por Ernesto Marques, editado por Sonia Ferreira, revisado por Tatiani Baldo e moderado por Rayane Urani em 10 de junho de 2021.