1963 - 2020
Dr. Gusmão teve como especialidade médica realizar sonhos e fazer as pessoas felizes.
"Meu pai era muito querido e sempre quis nos proporcionar o melhor. Como tio, era superdivertido, pois brincava como uma criança grande", diz Cindy.
Honrou o juramento de Hipócrates, dedicando-se à medicina e tratando todos os pacientes com amor e dedicação. Independente de classe social, todos recebiam a mesma atenção, com toda humanidade que lhe era peculiar.
Ele sonhava em morar em uma grande chácara, pois curtia o contato com a natureza.
Sua filha conta ainda que o pai "era apaixonado por assuntos de arquitetura e que tinha até uma certa habilidade com projetos e plantas baixas".
Tributo escrito por Denise Pereira a partir do testemunho enviado pela filha de Carlos, Cindy Evelyn.
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Sempre muito estudioso, passou em Medicina na UFAL (Universidade Federal de Alagoas) aos 16 anos - era o mais novo da turma e foi influenciado pelos irmãos e cunhados que faziam medicina na mesma faculdade.
Deixou Maceió para fazer Residência Médica em São Paulo e nunca mais voltou. Trabalhou no Einstein numa equipe de Cirurgia Plástica, e, nos últimos anos, trabalhava nas cidades de Embu das Artes, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra em hospitais e no Samu; trabalhou antes no serviço do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, mesmo serviço que cuidou dele até o fim do sopro da vida.
"Para mim, ele era só o meu tio Marquinhos, pessoa mais carinhosa do mundo: minha inspiração para ser médica..." conta sua sobrinha, a Dra Aline.
Na verdade, o Dr Gusmão era inspiração para todos, surpreendia com presentes as crianças carentes internadas, dava banho no paciente quando a enfermeira estava sobrecarregada, surpreendia a cozinheira do hospital com um celular novo porque o dela tinha quebrado... por onde passava realizava o sonho de alguém... ficava feliz em realizar os desejos dos outros, porque a missão dele era essa: fazer as pessoa felizes.
"Lembro-me como hoje, eu indo tomar vacina no HU com uns 4 anos e, quando o vi, me derreti toda: ele todo lindo de branco, me enganou e me segurou bem firme para a enfermeira aplicar a vacina... eu fiquei uma fera nesse dia, mas só esse dia, os outros foram todos de amor, alegria, felicidades...", lembra com carinho a sobrinha Aline.
Nunca se afastou do trabalho (mesmo doente ia trabalhar) e assim o fez por mais de 30 anos. Tinha a admiração e o respeito dos colegas e pacientes.
Agora ele mora numa mansão celestial com um labirinto na frente, do jeito que sempre sonhou em fazer na sua casa.
O Dr. Gusmão foi homenageado por colegas de todas as unidades onde trabalhava e deixou plantada a semente da medicina na família.
Carlos nasceu Maceió (AL) e faleceu São Paulo (SP), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado filha e sobrinha de Carlos. Este tributo foi apurado por , editado por , revisado por Lígia Franzin e moderado por Julio Casimiro em 24 de junho de 2020.