1960 - 2020
Tinha um assobio só dele, como se fosse um código, um registro.
Carlos ou “Tichio” foi um descendente de italiano tradicional, daqueles alegres, que sabem apreciar e viver a vida. Um homem de costumes simples, empresário, pai, avô, irmão, com um coração maior que ele, sempre envolvido em várias ações sociais.
Pai presente e um avô nota 10, sempre deu muito valor à família. Para ficar mais perto das irmãs Geiza e Roberta, comprou um apartamento no mesmo condomínio, onde chegou a ser síndico, deixando saudades nos condôminos, que nunca conseguiram substituí-lo, e nas irmãs, que sempre recorriam ao Tichio quando precisavam fazer alguns consertos domésticos e reparos no carro.
“Meu irmão era o cara com mais inteligência financeira que eu conhecia, sabia poupar como ninguém. Era meu padrinho e por vezes pai, me enchendo de conselhos sobre tudo o que eu queria fazer”, lembra Roberta.
Além de Geiza e Roberta, Tichio também era irmão da Silvana, pai do Junior e do Felipe, namorado da Dina, pai postiço do Pedro, avô orgulhoso da Gabi, tio amoroso não apenas com os sobrinhos, mas também com a Estrela, cachorrinha de estimação da Roberta, que ele mimava muito. “Meu irmão adorava todos juntos, os almoços aos domingos, churrascos com amigos, pescaria, festa, festa e festa!”, conta Roberta.
A irmã também não se esquece de quando o irmão, após o divórcio, foi morar com ela e o quanto essa experiência fortaleceu a relação dos dois. “Nesse período, ficamos ainda mais próximos. Lembro que ele me trazia os melhores biscoitos para comermos juntos enquanto conversávamos ou assistíamos televisão.”
“Carlão”, como era chamado pelos seus muitos amigos, mesmo com a personalidade forte, do tipo que queria tudo do seu jeito, era incapaz de guardar raiva ou fazer mal a alguém. Nada disso combinava com seu jeito de ser, leve e feliz. “Meu irmão foi um cara do bem, responsável, cheiroso e charmoso... tinha um assobio só dele, como se fosse um código, um registro”, recorda Roberta.
Homem de muita fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida, lutou até o final pela vida, deixou muitas boas lembranças e a certeza de que, apesar da saudade, ele continuará fazendo a diferença na vida de sua família, amigos e de todos os que conviveram com ele.
“Brilha, Estrela, brilha!”, deseja sua irmã Roberta, também em nome da sua cachorrinha, Estrela, tão amada por ele.
Carlos nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Carlos, Roberta Gomes Ianelli. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.