1936 - 2020
Reservava os domingos para reunir a família e festejar ao redor da mesa farta. Era a mãe de todos.
Dona Cassilda nasceu na Amazônia, descendente direta dos primeiros povos da nossa terra, os índios. E emanava essa força como uma índia protetora dos seus.
De origem muito humilde e pouca escolaridade, sempre batalhou para manter a família, seja como costureira ou vendendo comida pronta. Domingo era dia de fazer cuscuz e tapioca para vender e reunir a família - uma celebração semanal dos laços familiares.
Jamais esmorecia e lutava todas as batalhas que a vida lhe colocava. Um amor animalesco pela sua prole e seus descendentes. Nunca aceitou que um filho passasse necessidade. Para que tudo estivesse bem com os seus, tornava-se brava e sem medo de ninguém.
Um resumo da sua existência seria: protetora e provedora, com uma preocupação gigantesca em alimentar os seus sete filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Uma implacável inspiração para os seus.
Faleceu nos primeiros dias do mês de maio, por capricho, o mês das mães - e é isso que foi aqui na Terra. Agora vai alimentar e inspirar em outro lugar. Que fique em paz.
Cassilda nasceu em Muaná (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Julio Casimiro, a partir do testemunho enviado por neta Luciana Kellen Soares da Mata , em 22 de julho de 2020.