1949 - 2020
Os 70 anos não eram nada para ele: com toda a sua calma e determinação, ainda ia longe.
Para uns, ele era o Celso. Para os mais chegados, era o Celsinho.
Foi o herói dos filhos e o primeiro amor das filhas.
Para todos que cruzaram seu caminho, não deixou dúvidas: foi o ser humano mais incrível de todos.
Dono de um riso fácil e de um coração gigante, sua alegria era poder ajudar, não importava a quem, quando, ou de que maneira. Bastava alguém dizer que precisava de ajuda, que lá estava ele. Compaixão, fé, honestidade e trabalho moviam as montanhas para ele.
A sua vida amorosa foi agitada: se casou duas vezes. No primeiro casamento, teve três filhos; e no segundo, teve quatro filhos, sete ao todo. Sabrina, Elisangela, Matheus, Alexandre, Amanda, Sandra e Lincoln. Dos filhos, vieram oito netos e seis bisnetos. “Acredito que de tudo que conquistou em sua vida, a maior alegria dele foi a de ter sido pai. Ele amava sua família, e sempre fez questão de demonstrar isso”, diz Lincoln.
Ele também foi exemplo de garra e determinação. Querendo uma vida diferente e melhor que a vida que teve na infância, quando sofreu a dor do abandono e da fome, nunca desanimou e batalhou muito, trabalhou duro até conquistar tudo que sempre desejou. E tinha orgulho da profissão que mais se dedicou: a de segurança.
Apesar das dificuldades, nunca perdeu a alegria de viver, e enxergava a vida com amor, serenidade e com uma calma tão grande que só ele poderia ter. E sempre que sentava com os filhos para conversar, contava a história da sua vida para os motivar a não desistir, pois nunca demonstrava ressentimento pelo que havia passado — sabia que as dificuldades aparecem para todos. E sempre que um deles ficava “para baixo”, dizia: “Calma, eu estou aqui e, enquanto eu estiver aqui, não precisam se preocupar, vocês não estão sozinhos”. Ele viveu seus últimos dias com o mesmo espírito.
No auge dos seu 70 anos, estava no melhor momento da sua vida, vivendo como se fosse ainda jovem, curtindo a vida e namorando. Dia feliz, para ele, era se reunir com os filhos e amigos para tomar uma cervejinha e fazer churrasco.
“Agora, é só gratidão por tudo que fez e por todos os anos de convivência e companhia, por ter sido essa pessoa maravilhosa que foi. A saudade por ele será eterna, assim como nosso amor. E é assim que nos lembraremos dele, como nossa maior fonte de inspiração, perseverança e garra. Um baixinho gigante, o melhor pai do mundo”, se despedem os filhos.
Celso nasceu em Piracicaba (SP) e faleceu em Piracicaba (SP), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Celso, Lincoln Weder. Este texto foi apurado e escrito por Alessandra Capella Dias, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 23 de agosto de 2020.