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Cely Guimarães Alves

1942 - 2020

Não se foi só mais um número nessa estatística mórbida, foi-se um sol que brilhava na vida de todos que a conheciam.

"Foi-se um exemplo de como viver a vida em alto-astral, contagiando todos com sua jovialidade e alegria genuínas", diz o filho, amigo, confidente e admirador de Cely, Sérgio Alves.

Ambos moravam juntos em Copacabana e ele conta que tudo aconteceu rápido demais, sem tempo para despedidas ou mesmo velório. Ele segue isolado no mesmo apartamento e fez um altar improvisado na sala, junto às cinzas da mãe.

"A mim, restaram as lágrimas, as saudades e a perplexidade de não entender como isso pôde acontecer, apesar de todos os meus cuidados", diz.

Sérgio conta que costuma recebe hóspedes em casa e, certa vez, um canadense, que gostou muito de Cely a presenteou com uma orquídea, dessas que dão flor somente uma vez por ano. Com a partida súbita da mãe, as flores se anteciparam. "Elas brotaram nove meses antes do esperado, estão lindas. É Cely continuando a embelezar nossas vidas, mesmo depois de partir."

Cely nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 77 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Phydia de Athayde, a partir do testemunho enviado por filho Sérgio Alves, em 22 de julho de 2020.