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Charles Santos de Souza

1982 - 2020

Adorava uma traquinagem. Por trinta e oito anos espalhou alegria, risos e amor.

Nas horas livres, Charles adorava estar com a família e os amigos. Sempre arranjava um motivo para comemorar e fazer um churrasco ― de língua, sua especialidade ― em sua casa. "Nestas ocasiões", compartilha, emocionada, a irmã Charlyene, "ele contava piadas e fazia todo mundo rir".

Seu prato preferido? O omelete feito pela mãe. Queria vê-lo feliz? Era só convidá-lo para uma viagem à praia. Pouco antes do início da pandemia, Charles reuniu a família em uma viagem assim. "Foi uma espécie de despedida", lembra a irmã.

Como ele adorava uma brincadeira, uma boa história e uma gostosa gargalhada! Muito engraçado, tinha sempre um relato de traquinagem para contar. Vivia pregando peças nos amigos do trabalho, passando trote por telefone, brincando com alguém. Era assim desde a infância. Sentava na frente da casa de sua mãe, e mexia com as pessoas que passavam na rua, onde tinha muitos amigos. Cativava todos. Era uma eterna criança.

No trabalho, a solicitude era sua marca. Trabalhava com informática e fazia questão de dedicar a cada cliente o melhor atendimento possível. "Mas sua ocupação favorita era ajudar os outros e fazer rir. Em todos os seus trinta e oito anos foi um ser incrivelmente pueril e amável", comenta Charlyene.

Deixou pais, irmã, esposa, filho e uma infinidade de irmãos-amigos que sentem um aperto no coração pela sua ausência. "É impossível falar nele e não se emocionar", despede-se a irmã.

Charles nasceu em Natal (RN) e faleceu em Natal (RN), aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Charles, Charlyene Santos de Souza. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Ticiana Werneck, revisado por Francyne Nunes e moderado por Larissa Reis em 30 de março de 2021.