1943 - 2020
Contador de histórias preferido da família que amava reunir.
Esposo. Pai. Avô. Alegre. Esse era Cícero Delfino Silva.
Dono de um bar na Zona Norte de São Paulo, trabalhava de segunda à sábado e era muito querido por clientes e moradores do bairro do Mandaqui.
Seu passeio preferido era o quintal de casa aos domingos, a família toda reunida. Na mesa, a costela de panela que ele tanto gostava; na geladeira, a cerveja gelada. O fim do dia era a hora de ser o contador de histórias preferido dos familiares.
Seu Cícero passou as últimas semanas em um sítio com os irmãos e a esposa. Estava no mato, riu muito, ouviu modão e celebrou a vida.
Reunir as pessoas era sua maior qualidade, dançar uma música brega era com ele mesmo e sempre com uma latinha na mão. A união é o legado deixado por ele.
Antes de ir para o hospital fez um pedido: uma dose de conhaque para ajudar a melhorar seus sintomas. Durante o trajeto, poderia ter reagido de diversas maneiras, mas escolheu partir feliz e sorridente.
Cícero nasceu em Alagoas (Maceió) e faleceu em São Paulo (SP), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo neto de Cícero, Luís Henrique Silva. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Isabela Sampaio, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Edson Pavoni em 24 de maio de 2020.