1941 - 2020
Tinha um abraço que parecia um porto seguro.
Sempre tinha um sorriso no rosto e seu abraço era um porto seguro para qualquer pessoa. Vaidosa, tia Claudete, como era carinhosamente chamada pelos familiares, gostava de se perfumar, usar batom e exibir os cabelos bem-penteados. Tinha mania de limpeza e mantinha a vassoura na mão.
Nasceu na Aldeia Pau Brasil, no município de Aracruz, no Espírito Santo, e era da etnia tupiniquim. No entanto, fez da cidade do Rio de Janeiro o seu lar e vivia sozinha, após a perda do marido. Tinha quatro irmãos e adorava reunir a família para almoçar aos domingos.
Era aposentada e trabalhou a vida toda como empregada doméstica, mas ainda tinha energia para ser babá. Tia Claudete não teve filhos, mas era uma segunda mãe para seus sobrinhos e afilhados. Era sinônimo de acolhimento.
Claudete nasceu em Aracruz (ES) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Claudete, Taís Tupiniquim. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Aline Khouri, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de maio de 2021.