Cláudia Bispo dos Santos

1980 - 2020

Animava a casa da família com tiradas divertidas, sorrisos fartos e cantoria de MPB.

No céu de Clau, assim preferia ser chamada, certamente tem moqueca de marisco, feijoada, o pão de queijo delicioso que a irmã Claudilene faz e um bom bate-papo pelo celular. Soteropolitana arretada, Claudia gostava muito de comer e de comer muito. "Dizia: quero mais, sempre rindo", revela Claudilene.

Desde a infância, Clau mostrou ter luz própria no meio da extensa família de 20 irmãos: extrovertida, brincalhona, sonhadora e companheira. Alegrava-se em tirar sorrisos dos amigos e do parentes, cuidando de todos, principalmente da mãe.

"Clau zombava das minhas tentativas de fazer bolo, chamando as amigas para ver o resultado e se acabando na risada", lembra a irmã. Sim, sorrir era o cartão de visita da Clau. Ninguém resistia ao bom humor dela. Com tanta personalidade, adotou até um bordão: "Êta, mamãe!". Era soltar para arrancar gargalhadas de quem estivesse por perto.

Cativante, Clau preferia passar seu tempo livre em casa. Cantar entre quatro paredes era outro de seus dons naturais e hobby diário. MPB de peso fazia parte do repertório: era fã de Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Ana Carolina, Djavan, Sandra de Sá e Roberto Carlos.

De tanto ouvir a mãe cantarolar, a filha de Clau, Cláudia Nicolle, se apaixonou pela cantoria. A sintonia da dupla era afinadíssima: conversavam, riam e faziam compras juntas. Além da cumplicidade com a filha, Clau era muito carinhosa com a mãe e com os sobrinhos. "Deixava de comer, se preciso, para ajudá-los", conta Claudilene.

Quando começou a pandemia, a irmã pediu que Clau deixasse o trabalho como segurança no Hospital São Rafael, na capital baiana, mas ela bateu o pé: "estou tomando todos os cuidados". Na verdade, Clau estimava sua profissão. Exercera a atividade ao longo de toda a vida. Proteger e zelar, sem dúvida, estavam impressos no DNA dessa boa filha, boa irmã e boa mãe.