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Cleide Sobral da Silva

1964 - 2020

Dodô era a rainha do feijão e fazia a maçã do amor e o pão de mel mais gostosos do mundo.

Puro carinho no coração e doçura na alma. Dedicada, preocupava-se com todos e, às vezes, até esquecia de si mesma. Escolheu uma profissão em que cada uma dessas características é fundamental: era técnica em enfermagem. Mesmo durante a pandemia, sonhava em arrumar um emprego, pois, como um hábito seu, sentia necessidade de ser carinhosa e queria as pessoas sempre por perto para poder ajudar.

Gostava de cachorros, ou melhor: amava. Teve a Catita e a Tatá, que "já viraram estrelinhas", conforme conta a cunhada Ana, que relembra ainda: "Quando partiu, deixou a Menina, uma vira-lata que resgatou toda cheia de pulgas e carrapatos... Ela não aguentou e, na hora de vir embora do sítio, trouxe a Menina, cuidou e ela ficou linda, alegre e danada".

Cleide faleceu em junho de 2020 e a irmã dela, Neide, em janeiro de 2021, ambas vítimas da Covid-19. "Tenho certeza que elas estão juntas", diz Ana.

"Dodô era daquelas pessoas onde sobra carinho. Dodô é nosso eterno amor!", conclui lindamente a cunhada.

A história da irmã de Cleide também está guardada neste memorial, e você pode conhecê-la ao procurar por Neide Maria da Silva Cardoso Ramon.

Cleide nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela cunhada de Cleide, Ana Lúcia Antonini Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 11 de fevereiro de 2021.