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Cleiton Rodrigues Camargo

1974 - 2020

Aos domingos, almoçava com a esposa e a filha, sempre no restaurante que tanto gostava.

Cleiton era muito estudioso, conseguiu seu tão sonhado emprego no Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região.

Em 2014, realizou outro grande sonho: ser pai. “Vieram os desafios após o diagnóstico de que Mariana era autista. Isso não o impediu que amasse cada segundo de sua vida”, conta a esposa Rejane. O amor pela família era imensurável, presente em gestos e atitudes de Cleiton.

Ele acordava pela manhã, preparava o café e também o lanche da escola de Mariana, logo em seguida a levava para a escola. Às 17h, terminava de trabalhar. “E quando retornava pra casa já estava a nossa espera esquentando o jantar. Pois todos os dias, nas tardes saio para as terapias com minha filha”, diz Rejane.

Aos finais de semana, aos sábados, os três saíam para dar uma volta; já nos domingos, iam à missa pela manhã e depois almoçavam sempre no mesmo restaurante que Cleiton gostava.

Possuía uma doença autoimune, artrite reumatoide, que limitava a em relação a algumas coisas, como praticar esportes; mas não impedia Cleiton de fazer várias outras, como ler na internet sobre política e sobre sua área de atuação, a contabilidade.

Cleiton era disciplinado em cada ato, suas lembranças amorosas agora estão registradas para sempre.

Cleiton nasceu em Inhumas (GO) e faleceu em Goiânia (GO), aos 45 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Cleiton, Rejane Parente Cruz. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de janeiro de 2021.