1952 - 2020
Falava com saudade do seu tempo de meninice, de quando brincava nas águas e matas do lugar onde nasceu.
"Ela ainda recordava com carinho da sua infância e de quando, ao lado da mãe e da irmã, lavavam roupas no rio. Lembrava-se das árvores e dos frutos comidos no pé, dos causos de assombração que o pai narrava ─ que faziam com que ela e os irmãos até perdessem o sono. Apesar das dificuldades, ela considerava aqueles tempos tão difíceis como 'bons tempos'", conta a filha Vania.
Logo que se mudou com a família para São Paulo, Cleusa começou a trabalhar na lanchonete aberta pelo pai. Depois, trabalhou com iluminação, peças automotivas, remédios e ainda na linha de produção de doces. Era uma mulher batalhadora.
Por intermédio de amigos, conheceu José, com quem ficou casada por vinte e três anos e foi mãe uma mãe dedicada para Vania, Valéria e Vanessa. Também foi muito amada pelas filhas.
Como avó, por mais que ficasse próxima dos netos (cuidava deles enquanto os pais trabalhavam), nunca era o bastante. Era seu estímulo de vida estar com eles, ser a avó deles, brincar e mimar eram atividades que a faziam feliz, e eles a amavam, por seu carinho de todos os dias.
Gostava de cozinhar e fazia comidas os montes, "Sem miséria!", ela dizia. Além de outras iguarias mineiras, o tutu de feijão e a maionese eram suas especialidades.
Ela foi uma mãe, avó, irmã e filha que deixou lembranças doces e afetivas que embalarão os que ficaram e que guardam essas recordações no coração.
Cleusa nasceu em Diamantina (MG) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Cleusa, Vania Joana Ferreira de Souza. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Rosa Osana, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 31 de maio de 2021.